BNDES vai devolver mais R$ 30 bi ao Tesouro em 31 de maio, diz Levy
Levy disse ainda que os desembolsos do banco devem ficar abaixo de 1% do PIB em 2019 e que também tem diminuído dependência de empréstimo
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira, 28, que a instituição continuará devolvendo recursos ao Tesouro Nacional, com a previsão de mais R$ 30 bilhões no próximo dia 31 de maio. A declaração foi dada durante evento em São Paulo sobre PPPs e concessões.
Levy disse ainda que os desembolsos do banco devem ficar abaixo de 1% do PIB em 2019, “proporção que não se via desde o começo dos processos de privatizações” no Brasil.
O presidente do BNDES afirmou também que a dependência de empréstimos do banco tem diminuído. “Isso ocorre muito por causa da disciplina do banco em diminuir ativos e com a devolução de recursos ao Tesouro”, disse.
Levy ressaltou em sua apresentação que o Brasil está muito atrás de seus competidores em investimentos em infraestrutura. “Isso é particularmente sério em saneamento, onde investimos um terço do que deveríamos”, comentou.
Ele afirmou que o BNDES deve se envolver mais em saneamento, logística e não tanto em telecomunicações. Reiterou também que o BNDES colabora com a primeira “privatização real” de um porto no Brasil, o do Espírito Santo.
Boa base
O presidente do BNDES disse também que o banco quer ter uma “boa base de capital” para acessar recursos no mercado e emprestar no longo prazo, em vez de depender de recursos emprestados pelo Tesouro Nacional. “Podemos continuar tendo acesso a recursos institucionais, mas podemos também ter acesso ao mercado, como fazem outros bancos de desenvolvimento, com uma base de capital robusta que permita esse funcionamento”, comentou.
Sobre a carteira do banco, Levy disse que o BNDESPar tem R$ 100 bilhões em ativos variados, em ações listadas, “algumas motivadas por razões históricas, como empresas que precisavam ser salvas”. “Muitas estão bem capacitadas e começam a ser vendidas, é processo salutar”, disse. “E há posições, como Petrobras e outras empresas, inclusive não estatais, que já estão bastante maduras para serem vendidas.”