REAJUSTE

Bolsonaro assina reajuste no piso dos professores e municípios reagem: ‘Não tem base legal’

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) afirmou que a portaria que concede aumento de 33,24% no…

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) afirmou que a portaria que concede aumento de 33,24% no piso salarial do magistério, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), não tem base legal. Para a entidade, houve falta de planejamento e de comunicação para definir o reajuste, pago pelos municípios. A solenidade para assinatura foi realizada na manhã desta sexta-feira (4), no Palácio do Planalto.

“Ao entender que a Portaria não tem base legal, a CNM reafirma que vai continuar acompanhando a discussão no âmbito jurídico a fim de garantir que haja clareza diante da indefinição criada, bem como mantendo orientação aos gestores de que seja feito o reajuste dado às demais categorias da administração municipal e fiquem atentos à discussão em âmbito nacional”, diz a nota da entidade.

No fim de janeiro, a CMN já apontava os motivos de sua posição contra a medida. “Diante de anúncio do governo federal sobre o reajuste do piso do magistério para 2022, a Confederação Nacional de Municípios alerta para a grave insegurança jurídica que se põe em decorrência do critério a ser utilizado”, reforça trecho da nota que completa:

“A entidade destaca que o critério de reajuste anual do piso do magistério foi revogado com a Lei 14.113/2020, que regulamentou o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), entendimento que foi confirmado pelo próprio Ministério da Educação, no dia 14 de janeiro, com base em parecer jurídico da Advocacia-Geral da União (AGU). (…)”

Segundo a entidade que representa os prefeitos, “ao colocar em primeiro lugar uma disputa eleitoral, o Brasil caminha para jogar a educação pelo ralo”. A CMN afirma ainda que “caso seja confirmado o reajuste” os municípios “terão  impacto de R$ 30,46 bilhões”, colocando os “Entes locais em uma difícil situação fiscal e inviabilizando a gestão da educação no Brasil. Para se ter ideia do impacto, o repasse do Fundeb para este ano será de R$ 226 milhões. Com esse reajuste, estima-se que 90% dos recursos do Fundo sejam utilizados para cobrir gastos com pessoal”, diz a entidade.

Reajuste

O presidente Jair Bolsonaro e o o ministro da Educação, Milton Ribeiro, assinaram portaria que formaliza o reajuste a professores da educação básica na rede pública. Com o aumento, o salário inicial sobe para R$ 3.845,63. Antes, era de R$ 2.886. Segundo o presidente, serão beneficiados mais de 1,7 milhão de professores de todo o Brasil.

“Em 2022, portanto, nenhum profissional do magistério de escola pública poderá receber menos do que R$ 3.845,63. É importante destacar que a valorização dos professores vai muito além do seu reconhecimento por meio de melhores salários. Nesse sentido, é preciso reconhecer que o aperfeiçoamento pessoal do docente é fundamental”, afirmou o pastor e professor.