Bolsonaro decide demitir o presidente da Petrobras
Silva e Luna estava há menos de um ano no cargo. No período, gasolina subiu 32,3%
O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, nesta segunda-feira, segundo integrantes do governo, em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis e depois de diversas críticas feitas pelo governo e pelo Congresso à estatal.
O anúncio ainda não foi feito, mas isso deve ser confirmado nas próximas horas, de acordo com interlocutores do Palácio do Planalto.
De acordo com fontes próximas ao governo federal, o economista Adriano Pires, especialista do setor de óleo de gás, é o mais cotado para assumir o cargo.
Silva e Luna já foi avisado que será demitido. Para isso, o governo encaminhará à Petrobras uma lista de nomes para fazerem parte do Conselho de Administração da Petrobras. Dessa lista não constará o nome de Silva e Luna.
Os acionistas da Petrobras se reúnem no próximo dia 13 para confirmar os novos nomes ao Conselho, incluindo o seu novo presidente, Rodolfo Landim (presidente do Flamengo).
Para ser presidente da Petrobras é necessário fazer parte do Conselho de Administração. Sem o nome nessa lista, Silva e Luna é automaticamente substituído.
Silva e Luna tem, oficialmente, um mandato de dois anos, que só venceria no ano que vem. Mas isso não impede a troca, segundo fontes do governo, porque o Conselho precisará ser renovado já que seu atual presdiente, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, pediu para deixar o cargo.
Com isso, abre-se a vaga de todos os conselheiros ao mesmo tempo, conforme o estatuto da Petrobras, deixando o caminho livre para o governo trocar Silva e Luna.
Reunião no Palácio do Planalto
A troca de Silva e Luna também chegou a ser discutida em reunião na manhã desta segunda de Bolsonaro com o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os comandantes das três Forças Armadas no Palácio do Planalto.
Silva e Luna chegou a contar com o apoio dos militares do governo, mas perdeu esse apoio por conta da forma como conduziu o aumento dos combustiveis neste mês. Para integrantes do governo, faltou “sensibilidade” a Luna.
De acordo com integrantes do governo, assessores de Bolsonaro chegaram a convidar Rodolfo Landim para assumir a presidência da estatal, mas ele recusou, pois prefere ficar no Flamengo. Por outro lado, aceitou ser presidente do Conselho de Administração da empresa.
Esta é a segunda troca na Petrobras em um ano, tendo a mesma causa: o preço dos combustíveis.
Primeiro presidente da Petrobras na gestão Bolsonaro, Roberto Castello Branco deixou o cargo em fevereiro do ano passado, sendo substituído pelo general da reserva Silva e Luna — que, até então, comandava a parte brasileira de Itaipu.