Bolsonaro diz que hidroxicloroquina, Annita e ivermectina curam Covid-19
"Pelo que tudo indica, todo mundo que tratou precocemente com uma dessas três opções foi curado", disse a apoiadores. "Não é mais barato ou mais fácil investir na cura do que até na vacina?"
“Não é mais barato ou mais fácil investir na cura do que até na vacina?”, questionou Bolsonaro, nesta segunda-feira (26), no Palácio da Alvorada para apoiadores. “A cura, eu, por exemplo, sou testemunha. Eu tomei a hidroxicloroquina, outros tomaram ivermectina, outros tomaram Annita e deu certo. Pelo que tudo indica, todo mundo que tratou precocemente com uma dessas três opções foi curado.”
Nenhum dos medicamentos citados pelo presidente possui comprovação científica de eficácia contra o novo coronavírus. Na ocasião, ele também falou que não precisava correr com vacina.
“Agora, pelo que tudo indica, né, todo mundo diz que a vacina que menos demorou foram quatro anos. Eu não sei porque correr em cima dessa. Eu dou minha opinião pessoal. Não é mais barato ou mais fácil investir na cura do que até na vacina? Ou jogar nas duas, mas também não esquecer da cura”, continuou.
Vacina
Bolsonaro, que na última semana cancelou a compra da Coronavac um dia após o Ministério da Saúde (MS) confirmar que iria adquirir 46 milhões de doses, afirmou que o imunizante de Oxford apresenta resultados promissores. “O que a gente tem que fazer é não querer correr, não querer atropelar”, reforçou ao citar que diversas empresas e universidades se empenham na busca por uma vacina.
Ainda sobre a CoronaVac, Bolsonaro argumentou, à época que vedou a compra do MS, que o “povo brasileiro não será cobaia” e não “se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”. Um dia depois, na quinta (22), ele disse que, independente de autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), não iria adquirir a vacina, pois existe “descrédito muito grande” em relação ao imunizante.
Contudo, a Anvisa autorizou, nesta sexta-feira (23), a importação de 6 milhões de doses da vacina chinesa contra a Covid-19. O CoronaVac é do laboratório chinês Sinovac Biotech e é testado no Brasil pelo Instituto Butantan, que fez o pedido à Anvisa.
CoronaVac
Vale destacar que a CoronaVac ainda não possui registro no País, mas está na fase 3 de testes e teve solicitação feita pelo Instituto Butantan. Na decisão que liberou a compra, a Anvisa afirmou que “a utilização do produto ficará condicionada à obtenção de seu registro sanitário”. Garantir a eficácia, segurança e qualidade do produto cabe ao importador.
Ressalta-se, ainda, que Bolsonaro tem discutido sobre a não obrigatoriedade da vacina, quando uma delas for disponibilizada. No sábado (24), ele publicou que “vacina obrigatória só aqui no Faísca“, em referência ao cachorro de estimação.
– Boa noite a todos.
– Vacina obrigatória só aqui no Faísca. pic.twitter.com/GSnqIapxJe— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 24, 2020
A postagem ocorreu um dia após o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmar que a judicialização sobre o tema da vacinação será importante. As siglas PCdoB, PSOL, PT, PSB e Cidadania acionaram a corte para forçar o governo a colaborar com o desenvolvimento de toda vacina contra o coronavírus que esteja em pesquisa no País.
“Não pode um juiz decidir se você vai ou não tomar a vacina. Isso não existe. Nós queremos é buscar solução para o caso”, comentou Bolsonaro.