Bolsonaro diz que pretende dar aumento para todos os servidores, sem exceção
Segundo presidente, categoria não teve reajuste e também vem sofrendo com a alta da inflação
Em visita a Manama, capital do Bahrein, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que pretende conceder aumento salarial “para todos os servidores federais, sem exceção” com uma parte do alívio fiscal gerado pela aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados, na última semana.
“A inflação chegou a dois dígitos. Conversei com o [ministro da Economia] Paulo Guedes, e em passando a PEC dos Precatórios, tem que ter um pequeno espaço para dar algum reajuste. Não é o que eles [servidores] merecem, mas é o que nós podemos dar”, disse. A PEC liberou R$ 90 bilhões do orçamento, por meio da mudança na forma como o teto de gastos é calculado e ao permitir o parcelamento no pagamento dos precatórios (que são dívidas decorrentes de sentenças judiciais).
Bolsonaro está no Bahrein depois de uma passagem por Dubai, onde participou de um encontro de investidores do mundo inteiro. O presidente afirmou que existe urgência na concessão do reajuste porque a pandemia da covid-19 consumiu parte do poder aquisitivo da categoria.
“Por causa da inflação, os servidores estão há dois anos sem reajuste. Com a questão da pandemia, isso [aumento] até se justifica, porque muita gente perdeu o emprego ou teve até seu salário reduzido”, acrescentou. Bolsonaro não disse de quanto seria o aumento.
A PEC dos Precatórios, que permite ao presidente fazer esse aceno aos servidores públicos federais, passou pela Câmara, mas enfrenta resistência no Senado. Lá, a proposta precisa ser aprovada em dois turnos com quórum qualificado, ou seja: 41 senadores.
Embora admita o interesse em conceder aumento aos servidores, Bolsonaro é reticente ao comentar a possibilidade de autorizar novos concursos. “Concurso público [vamos autorizar] apenas o essencial, como fizemos com a PF [Polícia Federal] e PRF [Polícia Rodoviária Federal]. Dessa maneira, estamos mostrando responsabilidade”.
Encontro do presidente Bolsonaro com investidores
No evento com empresários do Bahrein, o presidente novamente pintou um quadro róseo do desempenho econômico de seu governo, apesar do alto desemprego, inflação ascendente e perspectiva de estagnação no que vem.
Disse que o Brasil foi um dos cinco países do mundo que menos foram afetados pela Covid, apesar das políticas de isolamento social, que ele chamou de ineficazes.
Nesta quarta (17), Bolsonaro e sua comitiva devem encerrar o giro pelo Oriente Médio visitando o Catar.
No pequeno e rico emirado, o presidente tem previsão de encontros com autoridades locais e empresários, além de uma visita ao estádio que sediará a final da Copa do Mundo, no ano que vem.
O presidente disse também que pretende fazer um passeio de moto no país, repetindo as motociatas que tem promovido no Brasil. Ele disse que foi convidado para o passeio por um grupo de entusiastas do modelo Harley Davidson.
“É a primeira vez que vou pilotar uma Harley Davidson, mas a programação é por conta deles [organizadores do evento].”