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Bolsonaro ordena que PL retire ação contra Lollapalooza e estaria furioso com o partido

O presidente Jair Bolsonaro ordenou ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que o partido…

O presidente Jair Bolsonaro ordenou ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que o partido retirasse a ação contra o festival Lollapalooza que determinava multa caso artistas repetissem críticas a ele e elogios a Lula durante seus shows no evento.

De acordo com um dos integrantes da equipe do presidente, ele estaria furioso e sequer teria sido consultado sobre a iniciativa.

Depois da repreensão, a agremiação desistiu da ação na Corte. O pedido de retirada foi feito na noite desta segunda (28).

Bolsonaro telefonou no fim da tarde ao presidente da legenda. Irritado, reclamou do pedido de censura feito ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ação já tinha sido inclusive acatada por um dos magistrados da Corte. Agora, perde a validade.

Na conversa, Valdemar afirmou a Bolsonaro que a ideia de pedir multa contra o Lollapalooza foi do setor jurídico da agremiação. E afirmou que encaminharia imediatamente o pedido do presidente.

O pedido do PL ao TSE foi feito depois que a cantora Pabllo Vittar ergueu uma bandeira com a imagem de Lula quando passava no meio do público. Outra artista, Marina —antes à frente da banda Marina and The Diamonds— xingou Bolsonaro e o mandatário russo Vladimir Putin.

A repercussão da censura determinada pelo TSE foi a pior possível, e incendiou outros artistas como Emicida e Marcelo D2, que se apresentaram depois e fizeram questão de xingar o presidente.

De acordo com um ministro próximo de Bolsonaro, a ação do PL foi considerada um desastre, já que o presidente não poderia mais sustentar o discurso que faz de liberdade total de expressão caso apoiasse a proibição de críticas de artistas ao governo.

O mesmo ministro diz ter ouvido do presidente que é preciso deixar quem quiser xingá-lo, assim como pessoas que não votam em Lula também xingam o petista.

O ministro Raul Araújo, do TSE, atendeu ao pedido do PL no fim de semana e classificou como propaganda eleitoral as manifestações políticas das cantoras Pabllo Vittar e Marina no Lollapalooza e determinou multa de R$ 50 mil para a organização do festival se houvesse outras.

A decisão liminar proibia manifestações a favor ou contra qualquer candidato ou partido político, e foi tomada no sábado. Ela acatava parcialmente um pedido do PL realizado na manhã daquele mesmo dia.

Os advogados do PL também tinham solicitado condenação do Lollapalooza por propaganda eleitoral antecipada, o que não ocorreu.