Bolsonaro quer que Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família, chegue a R$ 400
Em meio a especulações sobre a demissão do ministro Paulo Guedes e trocas na equipe…
Em meio a especulações sobre a demissão do ministro Paulo Guedes e trocas na equipe econômica do governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) determinou a técnicos que estudem caminhos para viabilizar aumento do valor pago pelo Auxílio Brasil para R$ 400, ou seja: mais do que o que foi pago no auxílio emergencial (R$ 300). O Auxílio Brasil é o nome dado ao antigo Bolsa Família.´
O governo chegou à conclusão de que não dá mais para protelar o anúncio do programa, já que Bolsonaro decidiu encerrar o auxílio emergencial (criado para mitigar os efeitos da pandemia de covid-19) no dia 31 de outubro.O presidente bateu o martelo em reunião que aconteceu na tarde de segunda (18), no Palácio da Alvorada. Por conta da dificuldade em encontrar recursos para o Auxílio Brasil, nos últimos dias aumentou a pressão para que se demita o ministro Paulo Guedes.
O lançamento do Auxílio Brasil está marcado para acontecer na próxima terça (19), às 17 horas. A equipe do Ministério da Cidadania trabalha para que os R$ 400 comecem a ser distribuídos em dezembro e valham até o mesmo mês de 2022.
Segundo aliados do presidente, no orçamento do Bolsa Família há recursos pagar até R$ 300 neste ano a 17 milhões de pessoas. O complemento do valor virá de recursos fora do teto de gastos, num impacto estimado de até R$ 30 bilhões até dezembro do ano que vem.
De onde virão os recursos do Auxílio Brasil?
Na prática, a parcela principal do novo programa terá benefício médio de R$ 190 a um custo anual de R$ 35 bilhões, assim como o Bolsa Família hoje.
Além disso, será adicionado uma fatia de R$ 110 para chegar aos R$ 300 de valor médio —gasto que será feito dentro do teto.
Segundo interlocutores do presidente, há espaço no orçamento do Bolsa Família para pagar os R$ 300 neste ano a 17 milhões de pessoas. Para se chegar a R$ 400, a outra parte deve ser paga com recursos fora do teto de gastos, num impacto estimado de até R$ 30 bilhões até dezembro do ano que vem. O problema é que Paulo Guedes não quer usar recursos que estão fora do teto, por entender que isso pode forçar a inflação a patamares perigosos.
Com o imbróglio do programa social caminhando para uma definição, a pressão que o Planalto vinha fazendo sobre Paulo Guedes tende a diminuir. Comenta-se que o ex-secretário do Tesouro Mansueto Almeida, hoje economista-chefe do banco BTG Pactual, seja o “plano B” para suceder o ministro. Mansueto nega que tenha sido sondado.