Bolsonaro volta a negar golpe de 1964 e diz que não é inimigo da cultura
"Me acusam de ser um presidente antidemocrático", disse político
Sem pressa e até fazendo imitações de Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro (PL) participou de uma entrevista ao Flow Podcast na noite desta segunda-feira (8). O atual presidente e candidato a reeleição em outubro falou sobre política, saúde, educação e cultura. Ele lamentou o que chama de “falta de diálogo” com a classe artística e reclamou de ser chamado de antidemocrata pela categoria.
“Os artistas estão assinando o manifesto pela democracia. Eles estão assinando em massa essa carta pró-democracia elaborada pela Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) e ainda me acusam de ser um presidente antidemocrático. Me acusam de ser contra. Eu não sou inimigo da cultura. Não sou contra os artistas, mas eles assinam o manifesto porque querem a volta da Lei Rouanet. Por que eles querem a volta da Rouanet? Porque teve artista que pegou R$ 10 milhões com essa lei. R$ 10 milhões! Quando eu entrei, o meu governo acabou com isso e eles não gostaram”, comentou Bolsonaro.
O presidente disse ainda que o regime militar “tem prós e contras” e voltou a afirmar que não houve golpe militar em 1964. “Não houve pé na porta, golpes se dão com pé na porta. Fuzilamento, paredão… Foi tudo de acordo com a Constituição de 1946”, declarou.
Bolsonaro confirmou durante a entrevista que vai participar da “sabatina” da Globo, prevista para o dia 22 de agosto. “Teve um mal-entendido com a Globo, mas eu vou participar da sabatina. Não vou ao debate porque não vou me sujeitar ao cara me perguntar abobrinhas ou então querer cumprir tabela comigo. Vamos discutir as questões do Brasil”.
O apresentador Igor Coelho, então, quis saber o que ele considerava como “abobrinhas”. “Pegar um número aqui ou não sei o que de uma pesquisa. Isso não interessa ao Brasil. Interessa o que eu fiz e mostrar a verdade do meu governo. O que eles [Globo] nunca fizeram”, comentou Jair Bolsonaro.
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