ASSÉDIO SEXUAL

Bradesco é condenado a indenizar ex-funcionária assediada por gerente, em Goiânia

Juiz ainda decidiu acréscimo salarial de 30% por acúmulo de função

O Banco Bradesco foi condenado a indenizar uma ex-funcionária que foi vítima de assédio sexual praticado por um gerente geral, em Goiânia. O juiz Platon Teixeira de Azevedo Neto, da 8ª Vara do Trabalho, determinou que a instituição financeira pague o valor de R$ 68.908,00 a vítima. Os assédios ocorreram entre os anos de 2019 e 2020.

Além disso, o magistrado decidiu o acréscimo salarial de 30% por acúmulo de função. A investigação apontou que a funcionária realizava tarefas do cargo de gerente de contas enquanto substituía outras funcionárias. A vítima foi contratada no ano de 2015 para exercer a função de operadora de telemarketing.

Em nota, o Grupo Bradesco disse ao Mais Goiás que não comenta casos sub judice.

Assédio no trabalho

Segundo o advogado Rafael Gonçalves da Cruz, a funcionária informou que suportou os assédios em silêncio, pois acreditava não ter grande representatividade nos quadros de funcionários da empresa e, por isso, temia perder o emprego caso denunciasse o gerente.

Nos autos, foi relatado que o agressor perguntava se a vítima estava usando calcinha, porque não estava marcando na roupa. De acordo com a funcionária, o homem elogiava o corpo dela e fazia cantadas e comentários de cunho sexual. O gerente também dizia que, se a mulher estivesse carente, era só ligar para ele.

Consta na ação que o funcionário foi demitido sem justa causa, por recomendação do Comitê de Ética do Banco. No processo, foi comprovado que os assédios ocorreram de forma rotineira e insistente no próprio ambiente de trabalho. Outras vítimas também denunciaram o gerente por assédio.

“Tanto assim que nada menos que 11 mulheres com as quais trabalhou o assediador relataram minudentemente os fatos à Inspetoria do Banco”, consta na sentença.