CORONAVÍRUS

Brasil completa 33 dias seguidos com média de mortes por covid acima de mil

Este é o período mais longo no qual o país registra média diária acima de mil mortes por covid-19

Prefeitos de Goiânia e Aparecida avaliam lockdown desde quinta (Foto: Reprodução / Agência Brasil / Reuters)

Pelo 33º dia consecutivo, o Brasil apresenta média de mais de mil mortes provocadas pela covid-19. Foram 1.055 óbitos em média nos últimos sete dias. Com isso, o país ultrapassa a marca dos 247 mil mortos ao todo pela doença. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa.

Este é o período mais longo no qual o país registra média diária acima de mil mortes por covid-19. Até então, a marca anterior era de 31 dias, entre 3 de julho e 2 de agosto de 2020. Outro recorde também foi superado neste ano: em 14 de fevereiro, a média de óbitos foi de 1.105, a mais alta em toda a pandemia. No ano passado, o maior número foi de 1.097, verificado em 25 de julho.

Apesar dos números, o país registra estabilidade na variação da média móvel em comparação com 14 dias atrás, ainda que em patamares elevados. Hoje a variação foi de 2%. Desde 22 de janeiro o país apresenta tendência de estabilidade.

A média móvel é considerada pelos especialistas a melhor forma de observar o cenário da covid-19. Aos fins de semana e feriados, por exemplo, os números costumam cair por causa da menor disponibilidade de equipes de saúde para atualizar os dados. A média dos últimos sete dias é uma forma de atenuar essas distorções. Para definir se o cenário é de aceleração, estabilidade ou queda, é calculada a variação no período de 14 dias.

Nas últimas 24 horas, foram registradas 716 novas mortes causadas pela doença no país, atingindo um total de 247.276 vítimas. Os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais.

Em todo o território nacional, 12 estados apresentam aceleração no total de mortes, enquanto outros 11 e o DF estão estabilizados. Outros quatro registram quedas em suas curvas.

Das regiões, apenas o Nordeste (30%) apresenta aceleração, enquanto Sul (15%), Centro-Oeste (7%), Sudeste (-4%) e Norte (-11%) estão estáveis.

De ontem para hoje, houve 30.231 diagnósticos positivos para o novo coronavírus no Brasil. Desde o início da pandemia, 10.197.531 pessoas foram infectadas no país.

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (22) que o Brasil registrou 639 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, houve 247.143 óbitos causados pela doença.

De domingo (21) para segunda-feira (22), houve 26.986 casos confirmados da doença, segundo o Ministério. O total de infectados subiu para 10.195.160 desde o começo da pandemia.

De acordo com o governo federal, 9.139.215 pessoas se recuperaram da covid-19. Outras 808.802 permanecem em acompanhamento.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (3%)
  • Minas Gerais: estável (-2%)
  • Rio de Janeiro: estável (-6%)
  • São Paulo: estável (-6%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (54%)
  • Amazonas: queda (-39%)
  • Amapá: estável (-5%)
  • Pará: aceleração (61%)
  • Rondônia: aceleração (71%)
  • Roraima: aceleração (25%)
  • Tocantins: queda (-28%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (14%)
  • Bahia: aceleração (65%)
  • Ceará: aceleração (21%)
  • Maranhão: estável (13%)
  • Paraíba: aceleração (39%)
  • Pernambuco: aceleração (17%)
  • Piauí: estável (-5%)
  • Rio Grande do Norte: aceleração (31%)
  • Sergipe: queda (-31%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: estável (1%)
  • Goiás: aceleração (37%)
  • Mato Grosso: estável (-5%)
  • Mato Grosso do Sul: queda (-29%)

Região Sul

  • Paraná: estável (-4%)
  • Rio Grande do Sul: aceleração (28%)
  • Santa Catarina: aceleração (31%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.