Brasil é excluído de lista para reabertura de fronteiras com UE
Visitantes brasileiros serão barrados pela União Europeia a partir de 1° de julho, segundo fontes diplomáticas. Estados Unidos e Rússia também foram desconsiderados
As negociações ainda estão em curso e a lista deve ser concluída na noite deste sábado (27), mas segundo fontes diplomáticas, ela contém apenas 14 países e os visitantes de territórios onde a epidemia do novo coronavírus é ainda ativa, como Brasil, Estados Unidos e Rússia, serão barrados a partir de 1° de julho quando as fronteiras externas da UE (União Europeia) serão reabertas.
A lista de países considerados suficientemente seguros para que seus cidadãos possam entrar na Europa foi elaborada em uma reunião dos embaixadores dos 27 integrantes da UE e do espaço Schengen (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) na noite de ontem. O objetivo é reativar o turismo da região, fortemente afetado com o fechamento das fronteiras externas em 16 de março e o início da quarentena na maioria dos integrantes do bloco, mas com segurança.
O Uruguai seria o único latino-americano autorizado. Ele integra a lista ao lado de Argélia, Austrália, Canadá, Geórgia, Japão, Montenegro, Marrocos, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Coreia do Sul, Tailândia, Tunísia. Os cidadãos dos Estados-cidades ou enclaves europeus de Andorra, Mônaco, Vaticano e San Marino também poderão entrar na UE. Os chineses não foram barrados, mas dependem de reciprocidade, isto é, os turistas chineses poderiam viajar à Europa somente se Pequim aceitar receber em seu solo visitantes europeus.
A lista não é compulsória. Cada integrante do bloco é soberano no controle de suas fronteiras, mas a União Europeia tenta impor uma coordenação para evitar uma segunda onda de contaminações no continente. A epidemia está sob controle na maioria dos integrantes do bloco, que relaxa progressivamente as medidas de quarentena e reabriu suas fronteiras internas em 15 de junho.
Por isso, os países onde a pandemia ainda não está controlada ficaram de fora. Os Estados Unidos são o país mais atingido, tanto em número de contaminações, mais de 2,4 milhões de casos, quanto de mortos, com 124.732 óbitos. O Brasil é o mais afetado da América Latina, com 1,27 milhão de infectados e mais de 56 mil mortos. Rússia, que tem quase 630 mil infectados e 8.969 vítimas fatais, e outros países onda a pandemia também avança, como a Índia, também ficaram de fora.
Lista revisada com frequência
A lista será revisada a cada duas semanas. Se a situação sanitária nesses países melhorar, seus cidadãos poderão ser autorizados a entrar na Europa.
Alguns países que dependem do turismo e precisam do setor para se reerguer estão com pressa em receber de volta os estrangeiros. A Grécia começou desde 15 de junho a reabrir seus aeroportos a vários países de fora da UE, como a China, a Nova Zelândia e a Coreia do Sul. A Espanha pede a publicação da lista o mais rápido possível. Os países europeus têm até as 18h deste sábado (13h em Brasília) para comunicar sua decisão à Bruxelas, se aceitam a lista ou propõem a inclusão de outras nações.
A proposta europeia fixa vários critérios epidemiológicos para que um país seja incluído. Entre eles, a taxa de novos casos, que deve ser igual ou inferior a 16 para cada grupo de 100 mil habitantes, que é a taxa média do bloco, nos últimos 14 dias, uma tendência de queda nas contaminações e as medidas adotadas para lutar contra a pandemia.
No entanto, alguns países europeus desconfiam dos dados epidemiológicos fornecidos por alguns Estados, como a China. Essa desconfiança pode complicar as discussões e atrasar a autorização para a entrada de visitantes de algumas nacionalidades na Europa.