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‘Brasil precisa entrar em lockdown’, diz médico e pesquisador de Oxford

Com o avanço dos casos de Covid-19 no país, alguns estados implementaram restrições de atividades.…

Com o avanço dos casos de Covid-19 no país, alguns estados implementaram restrições de atividades. Em São Paulo, o governo mudou as regras da quarentena para evitar que regiões do estado avançassem para fases mais flexíveis.

O prefeito de Belo Horizonte (MG) anunciou que vai voltar a fechar o comércio da cidade a partir da próxima segunda-feira (11) e, no Amazonas, as atividades não essenciais estão suspensas. Já os governos do Paraná e Mato Grosso do Sul estenderam o toque de recolher nos estados.

No entanto, para o médico Ricardo Schnekenberg, pesquisador da Universidade de Oxford que fez parte do grupo de resposta do Imperial College analisando dados do Brasil no ano passado, apesar de parecer positiva, a abordagem regional apresenta problemas na prática.

Por isso, ele defende que o país precisa entrar em lockdown, com suporte financeiro para trabalhadores e empresários, e coordenação do governo federal.

“É uma medida ruim, que ninguém quer tomar, mas, diante da situação atual, é a única possível. Outras medidas não gerarão efeito suficiente no tempo que temos até a vacina ser implementada. Não estamos na mesma situação de março, em que se falava em lockdown e não tinha perspectiva de quanto tempo iria demorar. Agora (com as vacinas) temos um horizonte muito mais próximo. É uma medida de curto prazo, que não faz o vírus desaparecer, mas reduz o número de casos para que outras sejam implementadas e tenham efeito a longo prazo” explica Schnekenberg.

“Na situação em que o Brasil está, com transmissão comunitária em graus tão elevados, outras medidas de controle não são efetivas. Só se consegue controlar de outras formas até um certo número de casos simultâneos. Por isso os países europeus, como o Reino Unido, entraram em lockdown novamente”, acrescenta.

“Quantas pessoas toleramos morrer por dia ou por semana em decorrência dessa doença, sem tomar nenhuma medida mais drástica? Essa é uma decisão moral que a sociedade deve fazer. Quando se está com os hospitais lotados, a situação caótica, é necessário uma medida drástica, intensa, que gere resultado em um curto espaço de tempo.”, diz o médico.