Brasil terá economia verde antes dos demais países, afirma ministro
País apresentará ações e metas de sustentabilidade na COP26
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse hoje (27), em entrevista ao programa A Voz do Brasil, que buscará consenso internacional em temas climáticos com todos os grandes blocos econômicos.
Segundo o ministro, a saída para questões climáticas que assolam o mundo é a transição completa para o que chamou de economia verde – que deve ser negociada entre todos os países e que terá o Brasil como expoente até 2050, ano em que, segundo o planejamento da pasta, o país deverá atingir zero emissões de gases do efeito estufa.
“O Brasil vai buscar consenso em temas relevantes, como o financiamento climático. Esse problema tem que ser reconhecido. Encontrada a solução, nada melhor que um crescimento verde, para que a gente faça uma transição para uma economia verde – neutra em emissões até 2050, como é a meta brasileira”, afirmou Joaquim Leite.
“Somos um país que com certeza vai chegar à economia verde antes dos outros. Temos uma pressão internacional, mas não é verdade. O Brasil cuida sim das suas florestas, em especial os recursos naturais. Temos a maior biodiversidade, uma das maiores áreas oceânicas do mundo e de florestas nativas. Isso são vantagens competitivas no mercado mundial”, complementou.
Segundo explicou o ministro, o Brasil apresentará ações empreendedoras e sustentáveis, além de expor diversos casos reais de soluções ambientais na COP26. Esses exemplos formam o “Brasil real”, segundo Leite.
No stand do Brasil serão apresentadas soluções nos campos da indústria, energia, produções rurais, agricultura e turismo. “Vamos aproveitar o espaço da COP26 para todo mundo um Brasil que cuida das suas florestas e que sim, é uma economia de baixa emissão de gases de efeito estufa e que tem uma matriz energética que é o sonho de todo mundo.”
Crédito de carbono
Para o governo federal, o Brasil tem grande potencial para exportar créditos de carbono. Segundo o ministro do Meio Ambiente, o país já tem atuação significativa em grandes mercados que geram créditos de carbono, como o de etanol e o de celulose, além da produção de grãos.
“O Brasil será um exportador de créditos de carbono para o mundo que ainda não consegue reduzir emissões. O crédito de carbono serve quando é economicamente inviável reduzir a emissão ou impossível fisicamente. As nossas florestas nativas e a restauração de florestas pode gerar crédito de carbono. Todas essas metodologias que já são de créditos podem ser utilizadas”, explicou.
Programa crescimento verde
Segundo informou Joaquim Leite, o programa que será apresentado na COP26 – chamado Crescimento Verde – é uma iniciativa interministerial que envolverá 10 pastas. O objetivo é que os órgãos participantes usem a agenda de crescimento sustentável em todas as ações que partirem do governo federal.
Na prática, de acordo com Joaquim Leite, a agenda verde se tornará um dos pilares na execução de projetos ministeriais e servirá de norma regulamentar na estruturação de políticas públicas.
O ministro disse ainda que os bancos públicos brasileiros possuem cerca de US$ 50 bilhões disponíveis para financiamento de projetos sustentáveis, aporte que pode financiar a transição para a chamada economia verde. “A iniciativa privada está totalmente de acordo com essa transição”, complementou.
“Precisamos transformar o Brasil institucionalmente. Priorizar projetos verdes. Se criarmos uma nova economia, vamos resolver o problema de emissões no mundo contribuindo com a nossa parte”, disse Joaquim Leite.