Caçadores protestarão contra morte de funcionários de fazenda em Cristalina

Caçadores profissionais de Goiás e também de fora do estado planejam, para o próximo sábado, dia 5 de dezembro, uma manifestação em Cristalina pela morte de três funcionários de uma fazenda da região durante uma ação da Polícia Militar, ocorrida na última semana. A suspeita é que os três homens estavam caçando porcos do mato quando foram confundidos com bandidos e mortos.

A convocação da manifestação está sendo feita pela Associação de Caçadores, Atiradores e Colecionadores do Brasil (CAC Brasil) e pelo canal Vem Pra Cá, Caçador, por meio das redes sociais. O ato está marcado para acontecer a partir das 7h do próximo sábado (5), na Praça da Liberdade, em Cristalina, Entorno do Distrito Federal.

Em um áudio que circula numa rede social de mensagens instantâneas, um dos organizadores convoca os caçadores para se manifestarem contra o que ele chama de “barbárie” ocorrida contra Francisco da Silva Chaves, de 41 anos, Nelson da Silva Cardoso, de 38, e Aleff Nunes Souto, de 22.

“A manifestação da gente, dos caçadores, a respeito dessa barbárie que aconteceu com nossos amigos, vai ser na Praça da Liberdade, no dia 5, sábado, a partir das 7 da manhã. Quem puder dar uma força pra gente, vai pra lá. Vamos pra lá, fazer um movimento”, diz o áudio.

O caso

Francisco, Nelson e Aleff foram mortos a tiros no dia 25 de novembro, nas proximidades de uma propriedade rural de Cristalina, onde trabalhavam. De acordo com a Polícia Militar, os policiais atiraram em resposta aos disparos efetuados pelos três. No entanto, a proprietária da fazenda onde os homens trabalhavam (um deles estava no local há 11 anos) rebate a versão e diz que eles caçavam porcos do mato, prática habitual deles, quando tudo aconteceu.

Em nota divulgada, a PM afirmou que, no dia em questão, foi acionada para averiguar uma ocorrência de roubo na propriedade rural de Cristalina. Quando chegaram ao local, conforme a corporação, os três homens os receberam a tiros. Os policiais, então, teriam atirado em resposta, matando os três homens. No entanto, a versão é contestada por uma das donas da propriedade rural.

Ao Mais Goiás, a mulher, que não quis se identificar, disse ter havido engano por parte dos policiais. “Houve abuso, e eles foram mortos a tiros de forma covarde”, diz. Segundo a mulher, na noite em questão, os três homens, todos funcionários da fazenda, saíram com duas espingardas para conferir uma armadilha para capturar porcos. Um animal abatido, segundo ela, chegou a ser encontrado com eles.

A Polícia Civil investiga o caso.