Eleições

Cachoeira responde Iris Rezende em artigo e ameaça candidato

O empresário ataca de forma contundente o candidato ao governo pelo PMDB e diz que tem registrados fatos que podem comprometer o peemedebista.

O empresário Carlos Cachoeira escreveu artigo nesta segunda-feira, 18-08, no jornal Diário da Manhã, cujo conteúdo visa responder as declarações de Iris Rezende (PMDB) feitas em comícios e encontros políticos nos últimos dias.

O empresário ataca de forma contundente o candidato ao governo pelo PMDB e diz que tem registrados fatos que podem comprometer o peemedebista.

Nas duas últimas semanas, Iris Rezende tem usado Cachoeira para atacar agentes públicos do Governo de Goiás, que foram investigação pela Policia Federal.

Sem os resultados esperados nas pesquisas, que apontam derrota da oposição no primeiro turno, Iris tem declarado que vai tratar do caso Cachoeira, como tentativa de mudar o cenário eleitoral.

A proposta é começar o horário eleitoral, nesta terça-feira, já com críticas aos políticos de Goiás que possam ter envolvimento com o empresário.  

Apesar da PF não ter encontrado elementos para indiciar integrantes do Estado, o episódio Cachoeira teve como resultado a cassação do mandato do ex-senador Demóstenes Torres.  Carlos Cachoeira também foi condenado em primeira instância, por peculato e formação de quadrilha.  

Durante a repercussão da operação Monte Carlo, o governador Marconi Perillo, um dos suspeitos de envolvimento com Cachoeira, permitiu a quebra de seus sigilos bancários, fiscais e telefônicos.

Desafiado, Iris Rezende, ex-prefeito de Goiânia que manteve inúmeros contratos com a Delta Construções, também envolvida no episódio, preferiu  evitar a abertura de seus dados.

Desde 2012, quando foi ameaçado a também participar da CPI, Iris evitava se referir ao caso Cachoeira.

Mas agora pelo chamamento do próprio empresário, terá que voltar ao assunto.  

Sob o título de “Os canalhas também envelhecem”, o texto escrito por Cachoeira no jornal publica uma imagem de Iris e o qualifica com os termos mais críticos até agora na disputa eleitoral.

No artigo, Cachoeira diz que conhece todos os quatro primeiros colocados na disputa e se refere criticamente aos órgãos públicos, caso da Agetop, Comurg e Detran. O texto começa categorizando criticamente todos os políticos.

Cachoeira era próximo do senador Demóstenes Torres, que, por sua vez, tinha como principal aliado o companheiro de partido Ronaldo Caiado (DEM) – hoje na chapa de Iris Rezende.

Esta rede de conhecimentos proporcionou ao empresário goiano certa popularidade e temor.

ENVOLVIMENTOS

Cachoeira tornou-se reconhecido nacionalmente duas vezes, por conta de supostos envolvimentos com o Governo Federal e depois com os governos do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Goiás e prefeituras goianas.

Ele aparece em vídeos com agentes públicos e políticos como o deputado federal Rubens Otoni (PT), irmão de Antônio Gomide, candidato ao governo de Goiás, e Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu.

Seu nome foi relacionado ainda a casos envolvendo a Delta Construções – uma das empresas que mais venceram licitações e concorrências públicas no país nos últimos dez anos.

No artigo do Diário da Manhã, Carlos Cachoeira diz que Iris é um “pilantra ninja”. O empresário suspeito de inúmeros crimes definiu o termo: “aquele que faz tudo igual aos outros, e até pior, porém quer aparecer aos olhos do povo como um vestal, um insigne, um imaculado”.

O autor nomeia: “Este político, Iris Rezende Machado, tantas fez que obrigou-me, neste instante, a sair do meu propósito, e vir à tona para esclarecer, minimamente, quem ele é e porque me ataca”.

No texto, Cachoeira cita passagens de encontros com Iris Rezende, lembra da aproximação dos governos do PMDB com jogos. “Iris, quando era candidato a governador em 1990, participou de todas as solenidades de fim de ano da `Look Loterias`, empresa que gerenciava então toda a operação de jogo do bicho em Goiânia”.

Outra indireta ao ex-prefeito de Goiânia: “Não se esqueça Iris do seu encontro com o manda chuva e mais dois diretores da Delta, em sua fazenda no Mato Grosso, em que o cardápio trazia pescaria e também outros assuntos não tão republicanos, tudo, como sempre acontece comigo, devidamente documentado”.

Cachoeira não deu mais detalhes de quem seria o “manda chuva” citado no texto.

O candidato ao governo disse que não sabe ainda do conteúdo do artigo e que no momento certo avaliara a resposta para o “contraventor”.