Pitbulls

Cães que participavam de rinhas em SP são levados para ONG e recebem cuidados

No total, a ONG Pit's Ales abrigou 13 dos 17 pitbulls resgatados. Uma das cadelas, deu à luz a cinco filhotes. No entanto, ela está rejeitando os recém-nascidos

Cães que participavam de rinhas em SP são levados para ONG e recebem cuidados

Parte dos cães resgatados que participavam de rinhas em Mairiporã, Região Metropolitana de São Paulo (SP), foi levada para a Organização Não-Governamental (ONG) Pit’s Ales. Segundo o proprietário da fundação, Alessandro Desco, “11 cães estavam em Mairiporã, outros seis em um criadouro em Itu”.

A princípio, foram abrigados os 17 pitbulls. Mas logo uma cadela deu à luz a cinco filhotes e um nasceu morto. Segundo o fundador, os bebês foram rejeitados pela mãe e estão sendo alimentados através de mamadeiras.

Alessandro diz ainda que os animais resgatados já estão em tratamento. “Depois iremos vaciná-los e posteriormente vão ser castrados”, conta. Depois desse processo, os cães podem ser adotados.

Segundo o dono da ONG, ele resolveu abrigar os animais após a Polícia Civil (PC) entrar em contato com a organização e pedir que os cães fossem cuidados. “Peguei parte deles, acredito que alguns foram para a Luisa Mell e os demais realmente não sei para onde foram encaminhados”, relata. O Mais Goiás enviou um e-mail para o Instituto Luisa Mell para saber sobre os cachorros e aguarda retorno.

Cães que participavam de rinhas em SP são levados para ONG e recebem cuidados
Cães que participavam de rinhas em SP são levados para ONG e recebem cuidados (Foto: Divulgação)

Além dos pitbulls recém-chegados, outros 42 cachorros vivem sob a tutela de Desco e oito voluntários. “Pegamos de todos os jeitos, raças, e tamanhos, mas somos especializados em pitbulls”, afirma o cuidador. A ONG, segundo ele, já existe há mais de 10 anos.

Relembre o caso

No dia 14 de dezembro, a Polícia Civil do Paraná resgatou, em São Paulo, no município de Mairiporã, 19 cães que participavam de uma “rinha“. Os animais, da raça pitbull, eram incentivados a lutar entre si e foram encontrados com diversos ferimentos. As investigações começaram em Curitiba e em São José dos Pinhais com um treinador de pitbulls. A “rinha” era combinada em um grupo no aplicativo de WhatsApp.

Entre os envolvidos na luta entre cães estavam veterinários, médicos, um policial militar e cinco estrangeiros. Ao todo, 39 pessoas foram presas. Dentre elas, o médico goiano Leônidas Bueno Filho.

Segundo as investigações, a suspeita é que ele fosse um dos responsáveis por reanimar os pitbulls feridos durante as brigas, para que os animais pudessem continuar as lutas. Ao ser preso, o médico disse aos policiais que estava no local “apenas para buscar um cachorro que havia ganhado de presente”. O goiano foi liberado da prisão após pagar fiança no valor de R$ 60 salários mínimos. A quantia equivale a R$ 59.880.

Criadouro em Anápolis

Ainda segundo investigações, uma das pessoas presas em São Paulo mantinha um criadouro em Anápolis, cidade goiana que fica a cerca de 50 quilômetros de Goiânia. De acordo com o delegado Éder Martins, os animais também eram mandados para “campeonatos” internacionais.

Um inquérito foi instaurado quando 30 cães da raça pitbull foram apreendidos na cidade. Os animais eram mantidos em situação de maus-tratos. A polícia também descobriu que os cachorros que morriam nas competições eram incinerados dentro de tambores. Um peruano foi preso na ação em São Paulo e, assim, foi possível descobrir que os animais eram encaminhados para outros países para participarem de rinhas.

O delegado afirma que, após confrontar informações com a Polícia Civil de São Paulo, foi possível asseverar que os animais eram do detido em Mairiporã (SP). Além de criadouro, Anápolis também servia de campo de treinamento dos animais.