RETA FINAL

Caiado acertou ao antecipar alianças e evitar temas nacionais, diz cientista político

Especialistas dizem que as tentativas da oposição, aliadas ao uso eficaz da máquina, deixou eleição tranquila para o governador

Goiás Pesquisas/Mais Goiás: gestão Caiado é aprovada por 58,57% dos aparecidenses; 11,48% reprovam (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Um dos principais acertos que levaram o governador e candidato à reeleição Ronaldo Caiado (UB) a liderar as pesquisas de intenção de voto foi a decisão de antecipar a formação de alianças (o que aconteceu ainda no ano passado), levando prefeitos adversários para sua base e deputado estaduais. O vice, Daniel Vilela (MDB), também foi escolhido com quase um ano de antecedência, o que na época dividiu opiniões entre aliados. A opinião é do cientista político Guilherme Carvalho.

Guilherme diz também que Caiado ganhou vantagem graças ao bom desempenho do grupo dele na janela partidária.

Outro acerto, na visão do cientista político, foi a decisão de não embarcar na tentativa de adversários – principalmente Major Vitor Hugo (PL) – de trazer temas nacionais para disputa em Goiás. Recusou-se, por exemplo, a assumir uma posição clara em favor de qualquer candidato à presidência.

“Caiado simplesmente falou de temas sobre Goiás. Fez o que um líder [nas pesquisas] geralmente faz que é ignorar os demais candidatos e fez a própria campanha”, avalia Guilherme Carvalho.

Oposição

O cientista político Robert Bonifácio avalia que a oposicao não conseguiu pintar um quadro de má gestao ou macular a imagem de Caiado. Para isso, o PT tentou alianca até o último minuto com Marconi Perillo (PSDB), que preferiu disputar o senado. Assim, rifou o seus candidatos a governo e senado.

Por outro lado, Mendanha teve o que chama de “uma paquera não correspondida” com o presidente Jair Bolsonaro (PL), que já havia feito juras de amor a Maior Vitor Hugo. Com isso, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia eliminou as chances de boa parte do eleitorado votar nele.

“Ademais, foi inábil na articulação política. Seu arco de alianças é estreito e o maior partido aliado não o apoia 100%. Não conseguiu viabilizar a sua candidatura no interior, o que, na prática, o impossibilita de ganhar”, diz.

Robert Bonifácio avalia que o apoio de Jair Bolsonaro a Major Vitor Hugo poderia o levar para o 2° turno. No entanto, o casamento de votos para presidente e governador não ocorreu.

O cientista aponta duas razões para essa não nacionalização do debate: (1) Caiado é reconhecido como um direitista pelo eleitorado há decadas e (2) Major não tem lastro politico em Goias.

“Com todas essas dificuldades da oposição, Caiado faz uma campanha tranquila. Não precisou entrar em muitos embates e conseguiu defender sua administração sem dificuldades. Quando um candidato tem como maior preocupacao acertar o passinho do seu jingle, é porque sente que a eleição ‘tá no papo'”, avalia.