Caiado diz que aulas presenciais só devem voltar quando houver vacina
Secretária de Educação já havia dito que escolas particulares poderiam retomar ensino presencial esse ano
O governador Ronaldo Caiado (DEM) reafirmou que não pretende promover o retorno às aulas presenciais antes que haja uma vacina. A manifestação foi feita em coletiva do lançamento do Programa Bolsa Conectividade da Universidade Federal de Goiás (UEG), nesta quarta-feira (23).
Vale lembrar que, anteriormente, a secretária de Educação Fátima Gavioli disse, em entrevista à Rádio CBN, que aulas presenciais na rede privada poderiam retornar em Goiás, ainda neste ano. O intuito seria a volta com lotação de apenas 30% da capacidade, com prioridade aos alunos não tiveram acesso às aulas online durante a pandemia do novo coronavírus.
Caiado, por sua vez, afirmou: “Ainda não temos controle de convencer as crianças que preservem a distância, que tenham nível de percepção que o não uso da máscara pode contaminar outras pessoas. Não vejo, nesse momento nenhum espaço para voltar.”
Ferramentas substitutivas
Segundo ele, o que pode ser feito é o esforço para gerar ferramentas substitutivas. “Podem não ter a mesma eficiência que o presencial, mas existe uma convergência de ações nesse sentido. As crianças estão sendo monitoradas. A ausência de aulas é protetivas à saúde.” Ele lembrou, também, que alguns Estados que avançaram nesse sentido tiveram que recuar.
Do ponto de vista de universidades, ele admite que poderia haver um redimensionamento com a seleção de presentes e remotos. Mas seria, segundo ele, uma seleção discriminatória, o que poderia gerar dificuldade.
Sobre escolas particulares, Caiado reforçou que o Estado não está em uma fase da pandemia que permitam aglomeração e exposição a risco de disseminação do vírus. Ele lembra que o quadro está se estabilizando, mas não há declínio significativo da contaminação. “A ocupação dos leitos na estrutura de governo mantém um patamar de 80% a 84% há mais de 40 dias, o que é sinal de circulação do vírus.”
Por fim, ele diz, mais uma vez, que não vê como prudente o retorno às aulas nesse momento. “Atitude que amanhã poderá expor não professores, como nossas que crianças, que tem um maior potencial de contaminação.”
COE
A fala de Fátima sobre o retorno foi baseada em uma reunião do Centro de Operações de Emergências em Saúde (COE). O encontro ocorreu na terça-feira (22).
Contudo, Ismael Alexandrino, secretário de Saúde, afirmou que a discussão permanece no COE e não há nada definido. Segundo ele, os debates têm ocorrido nessa proporcionalidade (30% de retorno) para estudantes com mais idade, a partir do ensino médio.
“Mas está tudo está no campo da discussão. Enquanto não tem vacina, fica difícil de imaginar sala de aula”, declarou.