DISPUTA

Caiado se contrapõe a Zema e diz que não participa de movimento separatista

O goiano avaliou que o colega mineiro está sob stress causado pela reforma tributária

O governador Ronaldo Caiado (UB) adotou um tom conciliador para rebater a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre a criação de um frente Sul-Sudeste em detrimento do Nordeste. O goiano avaliou que o colega mineiro está sob stress causado pela reforma tributária.

Caiado disse ainda que a fala de Zema reflete “divisão” imposta pelo texto da reforma tributária que tramita no Senado. Para ele, a Proposta de Emenda à Constituição traz mais problemas que soluções para o país.

“Quanto à fala do governador Zema: entendo que ele fez uma comparação, que não foi feliz, dando margem a todas essas interpretações que estão circulando. Mas acredito que em breve ele vai explicar este mal entendido”, publicou.

O governador goiano ainda apontou que o Centro-Oeste, no que depender de Goiás, será sempre este elo forte pra nunca deixar avançar nenhum sentimento separatista. “O que é responsabilidade de todos nós, governadores e governadoras. Nossas diferenças não precisam ser sinônimo de divergência”, pontuou.

Zema e Caiado disputam um protagonismo à direita, sobretudo após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022 e inegebilidade.

Entenda

Em entrevista às jornalistas Monica Gugliano e Andreza Matais, do Estadão, Zema defendeu que os estados do Sul e do Sudeste também merecem ter o próprio fundo e não podem ser considerados os únicos ricos.

“Está sendo criando um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade…Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, reclamou Zema.

Os governadores dos duas regiões se organizaram no Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), presidido pelo governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). “Temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País. Não é pouco, né? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos, nós queremos – que é o que nunca tivemos – é protagonismo político”, disse.