Caipirinha foi criada como remédio para gripe espanhola, mas não funcionou
História consta em livro escrito por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling; obra revela detalhes da pandemia que atingiu o Brasil cem anos atrás
Quando a Covid-19 começou a se alastrar por aqui, em março, Lilia Schwarcz e Heloisa Starling decidiram pesquisar a pandemia que atingiu o Brasil — e até matou um presidente — no início do século XX. “A bailarina da morte — A gripe espanhola no Brasil”, recém-lançado pela Companhia das Letras, traz o histórico da doença e de seu esquecimento no país, além de uma série de curiosidades, como a criação da caipirinha.
Mas o que a bebida alcoólica tem a ver com gripe? É que a mistura de aguardente, limão e mel nasceu como um dos muitos remédios improvisados daqueles tempos de desespero. De São Paulo, a caipirinha se espalhou, mesmo depois de comprovado que sua eficácia medicinal era balela.
Outra herança da gripe espanhola foi a popularização da canja de galinha como remédio, no Rio de Janeiro. Não curou ninguém, mas entrou no imaginário como comida para tratar doentes.