abuso de força

Câmera flagra tiro de PM nas costas de suspeito já rendido no Rio de Janeiro

Além disso os policiais tentaram manipular a situação, alterando os fatos

Imagens de câmeras corporais da Polícia Militar mostram um policial atirando nas costas de um suspeito já rendido, na capital do Rio de Janeiro. O caso, ocorrido em 27 de fevereiro deste ano, foi divulgado pelo fantástico neste domingo (1º/12).

Os agentes estavam no bairro após uma denúncia de suspeitos em um carro branco praticando assaltos. Os policiais já chegam atirando os mandaram descer do carro. Em outro momento, um dos suspeitos já havia sido atingido na perna e estava no chão tentando se explicar, dizendo “sou trabalhador”, até que se levanta e é baleado nas costas.

A filmagem foi flagrada por outro policial, pois o agente que atirou não gravou a ação. “Filmando aqui, não sei mexer nessa p* direito, esqueci. Troca de tiro sendo gravada aqui”, disse autor do disparo. “Levanta aí, animal. Dá para levantar, sim. Tomara que fique ‘alejado'”, “Se ele morrer é melhor”, diz o agente enquanto o suspeito era tendido em uma unidade de saúde.

Além disso os policiais tentaram manipular a situação, com um dos agentes orientando que eles teriam mirado o tiro no veículo, e não no suspeito. “O problema disso tudo é o excesso, a quantidade de disparo. O senhor não mirou nele, entenda. Mirou no veículo.”

O suspeito confessou ter roubado a bolsa de uma mulher. A Polícia Militar informou ao Fantástico que o agente foi afastado das ruas. Além disso, a Justiça determinou que o MP-RJ e a corregedoria da PM-RJ investiguem o caso.

De acordo com a reportagem do Fantástico, quase 800 processos criminais foram analisados nos anos de 2023 e 2024, e a maioria dos casos envolvem suspeitos de tráfico de drogas no Rio. Em 473 desses vídeos, não foi confirmada versões dos policiais ou dos suspeitos, pois os vídeos não foram enviados pela PM ao judiciário.

Após serem intimados pela justiça, a Polícia Militar admitiu que entre esse vídeos, 198 deles foram apagados do sistema, pois os agentes esqueceram de acionar o “modo ocorrência”, que salva o arquivo por um ano. A justificativa de 122 casos era que os PMs não usaram câmeras, os outros casos restantes seriam por falha técnica.

*Com informações do Fantástico