Campanha à reeleição de Dilma Rousseff custou R$ 318 milhões
Além dos R$ 318 milhões, o comitê de Dilma declarou outros R$ 32 milhões referentes às chamadas despesas estimadas
O comitê da campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff à reeleição declarou ontem (25) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) custo de R$ 318 milhões. O valor é 13% superior aos R$ 282 milhões (em valores atuais) gastos na primeira eleição da presidente, em 2010. É a campanha ao Planalto mais cara desde a redemocratização, em 1985.
Além dos R$ 318 milhões, o comitê de Dilma declarou outros R$ 32 milhões referentes às chamadas despesas estimadas – gastos feitos por candidatos a governador com materiais ou eventos nos quais a presidente também apareceu. Isso eleva o custo da campanha para aproximadamente R$ 350 milhões. O tesoureiro da campanha, Edinho Silva, trabalhou para captar recursos até a noite de segunda-feira, véspera do prazo legal.
De acordo com os números registrados ontem, cada um dos mais de 54 milhões de votos da petista no 2.º turno custou quase R$ 6. Em 2010, quando Dilma teve 55 milhões de votos, o custo foi pouco acima de R$ 5, em valores atuais. O valor contabilizado pelo PT fica abaixo do último teto de despesas fixado pelo partido – R$ 383 milhões – e acima da primeira previsão de custos – R$ 298 milhões. De acordo com o comitê de campanha de Dilma, a arrecadação superou em R$ 169 mil o total de gastos.
As prestações de contas mostram também que, desde a redemocratização, o presidente eleito sempre foi o candidato que teve a campanha mais cara. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado por Dilma na votação definitiva, registrou na Justiça Eleitoral ter gasto R$ 223,4 milhões e arrecadado R$ 222,9 milhões, incluídas as despesas estimadas. Ou seja, o tucano deixou uma dívida de R$ 500 mil. O coordenador do comitê financeiro da campanha de Aécio, José Gregori, não foi encontrado até esta edição ser concluída para informar qual o custo da eleição para o PSDB sem as receitas estimadas. Aécio estipulou teto de R$ 290 milhões.
O maior doador para a campanha de Dilma foi o grupo JBS, conglomerado que, além das empresas de processamento de carnes, atua no setor de produtos de limpeza. Foram R$ 69,2 milhões em doações diretas, mais que o triplo do total repassado pela segunda colocada no ranking de financiadores da petista, a empreiteira Andrade Gutierrez, com R$ 21 milhões.
Além dos repasses diretos de R$ 69,2 milhões, o JBS injetou pelo menos R$ 9 milhões em campanhas de candidatos que fizeram campanha para Dilma e tiveram com ela despesas compartilhadas. Ou seja, a contribuição total do grupo empresarial supera R$ 78 milhões.
Em terceiro lugar no ranking, surge outra empreiteira: a OAS, com total de R$ 20 milhões em contribuições eleitorais. O setor de bebidas também está representado: a Cervejaria Petrópolis (quarta colocada) doou R$ 17,5 milhões, e a Ambev (nona), R$ 7,5 milhões.
Doações ao PT. Além dos recursos destinados à campanha presidencial, a direção nacional do PT arrecadou e distribuiu entre candidatos a governador, senador e deputado outros R$ 176 milhões.
Mais uma vez, o JBS encabeçou o ranking – o total de contribuições chegou a R$ 37,8 milhões, o equivalente a 22% de tudo o que a direção do partido arrecadou.
As empresas que vêm a seguir no ranking são todas do setor da construção: Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão. Mas nem a soma de seus repasses (R$ 36,7 milhões) alcança o valor doado pelo JBS. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.