Campanha de Bolsonaro impulsiona anúncios que dizem que presidente não é pedófilo
A campanha do presidente Jair Bolsonaro já gastou pelo menos R$ 145 mil para impulsionar propagandas no…
A campanha do presidente Jair Bolsonaro já gastou pelo menos R$ 145 mil para impulsionar propagandas no Google com o objetivo de rebater as críticas de que é alvo por ter dito que “pintou um clima” com uma menina de 14 anos durante um passeio no bairro de São Sebastião, em Brasília. A declaração, que viralizou nas redes sociais, foi dada em uma entrevista concedida na última sexta-feira.
Durante a madrugada, Bolsonaro abriu uma” live” para comentar o assunto e acusou seus adversários de deturparem o trecho da entrevista. Nas plataformas do Google, a campanha do presidente investiu em três propagandas diferentes com o título “Bolsonaro NÃO é pedófilo”. Em duas delas, a legenda também diz: “Não acredite nas mentiras inventadas pra te enganar”. Em outra, o texto é “Mais uma fake news criada pela esquerda para enganar a população brasileira”.
Na entrevista dada ao podcast, na sexta-feira, ele usou a história para ilustrar um discurso central da sua campanha à reeleição: o temor de que o Brasil possa “se tornar uma Venezuela” caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente nas pesquisas, vença a eleição. Ao programa, Bolsonaro diz que as meninas venezuelanas teriam “chegado a esse ponto” por “escolhas erradas”, em referência ao histórico político da Venezuela.
— Eu parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas, três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas num sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. “Posso entrar na sua casa?” Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado para que? Ganhar a vida. Você quer isso para a sua filha que está nos ouvindo agora? — disse ele ao canal Paparazzo Rubro-Negro.
Neste domingo, a Procuradoria Geral da República (PGR) foi acionada para investigar a declaração do presidente. O pedido foi feito pelo deputado distrital Leandro Grass (PV), ainda no sábado, para que o órgão investigue o que de fato ocorreu, conforme o relato do presidente, e qual é a situação das adolescentes no país.