O PSB de Marina Silva e outros partidos que estiveram de fora da coligação da campanha de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno serão chamados a participar da aliança de apoio à reeleição da presidente. “Vou procurar o presidente e outras lideranças do PSB, assim como de outros partidos que não estiveram com a gente no primeiro turno, para fechar uma ampla aliança para a disputa no segundo turno”, disse o coordenador da campanha de Dilma, Miguel Rossetto, ministro licenciado do Desenvolvimento Agrário.
Rossetto afirmou ter esperança de receber o apoio do PSB, apesar dos ataques e da desconstrução da candidatura da ex-ministra Marina Silva feita pela campanha de Dilma durante a disputa pelo primeiro turno. “É natural que o PSB se una ao projeto da presidente Dilma. Durante os últimos anos sempre estivemos juntos e sempre participamos do mesmo projeto”, afirmou Rossetto. Roberto Amaral, presidente interino do PSB, sempre foi próximo ao PT.
Rossetto afirmou ainda que outros partidos que já participaram da coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, e que agora, por projetos próprios, estiveram do outro lado, também serão chamados a engrossar a aliança pela reeleição. Entre eles estão o PSC do Pastor Everaldo. O PTB, que fez aliança com Aécio Neves, também será sondado para mudar de lado. Uma parte do partido, encabeçada pelo líder na Câmara, Jovair Arantes (GO), abriu uma dissidência e apoiou Dilma no primeiro turno.
Rossetto disse que a campanha vai procurar diminuir a diferença de votos pró-Aécio em São Paulo, onde a vantagem em favor do tucano foi de 4,2 milhões de votos. “Vamos dialogar com todas as forças sociais, com a sociedade, com os partidos e mostrar que nosso projeto é melhor, porque garantimos o emprego e a geração de renda, ao contrário do projeto do PSDB, que é de arrocho e desemprego”, afirmou ele.
Rossetto disse ainda que a campanha de Dilma vai manter contra Aécio Neves ataques semelhantes aos feitos durante o primeiro turno, que atingiram em cheio a candidatura de Marina Silva. Segundo ele, isso faz parte do debate de ideias. “Ao contrário do que dizem, nós não agredimos. A gente procura mostrar o debate de projetos e de ideias”, afirmou Rossetto.
A ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, disse que o discurso da presidente Dilma Rousseff logo depois da divulgação do resultado do primeiro turno foi a demonstração de que os petistas chamarão Marina Silva para conversar. No discurso, Dilma citou a tragédia que matou o candidato Eduardo Campos (PSB) e que fez, em agosto, Marina Silva ser catapultada à candidatura presidencial.
“A presença da Marina tem uma peculiaridade. Ela não é do PSB, ela está no PSB. O aceno de hoje é para mostrar ao PSB que nós continuamos no mesmo lugar. Lembrar que eles estiveram conosco em todos os momentos desde a eleição de 1989 e que até outubro de 2013, há exatamente um ano apenas, eles faziam parte do governo Dilma”, disse Ideli.
Sobre Aécio Neves (PSDB), Ideli afirmou que a campanha de Dilma deve “mostrar a todos os brasileiros” como foi o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Eles tiveram a oportunidade de fazer algo e quebraram o Brasil. Isso precisa ser sempre lembrado’, disse Ideli, que durante os últimos quatro anos foi também ministra da Pesca e de Relações Institucionais.