ELEIÇÕES

Campanha de Lula associa Bolsonaro a canibalismo em inserção na TV; veja vídeo

PT usa entrevista antiga de presidente em que ele afirma que "comeria um índio sem problema nenhum"

Campanha de Lula associa Bolsonaro a canibalismo em inserção na TV; veja vídeo (Foto: Reprodução)

O Partido dos Trabalhadores subiu o tom de suas críticas a Jair Bolsonaro no primeiro dia de campanha eleitoral na TV neste segundo turno. Em vídeo veiculado na manhã desta sexta-feira, a legenda associou o atual presidente com a prática do canibalismo usando uma entrevista antiga do chefe do Executivo onde ele afirma que “comeria um índio sem problema nenhum”.

“É pra comer. Cozinha por 2 ou 3 dias e come com banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: ‘se for, tem que comer’. Eu como! Ai a comitiva, ninguém quis ir. Eu comeria um índio sem problema nenhum”, fala o presidente no vídeo.

A propaganda lembra ainda outros momentos polêmicos de Bolsonaro, com a imagem do presidente usando o tripé de uma câmera para simular uma metralhadora e da discussão com a deputada federal Mária do Rosário (PT).

O trecho foi retirado de uma entrevista concedida por Bolsonaro ao New York Times em 2016. A íntegra do bate-papo está publicada no canal oficial do chefe do Executivo no Facebook. Na versão completa, o presidente afirma que no ritual, a tribo cozinha o indígena após sua morte e que não foi ao local porque ninguém da sua comitiva quis o acompanhar: “É a cultura dele e eu me submeti aquilo”. À Agência Púbica, Junior Hekurari, presidente do Condisi (Conselho do Distrito Sanitário Indígena) Yanomami, negou que o povo indígena Yanomami do Surucucu realize rituais com canibalismos.

O ataque a Bolsonaro, no entanto, fica reduzido a inserção, onde é mais difícil para o eleitor entender quem está divulgando a informação. No horário político obrigatório, o PT se restringiu a fazer uma campanha propositiva.

Campanha Bolsonaro

Diferente do PT, o tom da campanha de Bolsonaro em suas inserções na TV não foi de ataque. O presidente utilizou o espaço para destacar a eleição de aliados para o Congresso e para agradecer os votos que teve no primeiro turno. Além disso, o presidente também pediu para seus eleitores ajudarem a “virar o voto” de conhecidos.

— Quero primeiramente agradecer aos 51 milhões de brasileiros e brasileiras que acreditaram em mim no último dia 2 de outubro. Mas agora temos o segundo momento, o segundo turno, que será dia 30 de outubro. Uma caminhada até lá. Eu peço a vocês que continuem trabalhando insistentemente com seu vizinho, com seu amigo, com seu colega de trabalho, para mostrar para que que o Brasil está dando certo — fala o presidente.

Programa eleitoral no rádio

No rádio, o tom do programa do PT foi outro, com um programa com tom propositivo. A campanha de Lula trouxe um áudio com a fala de Simone Tebet, candidata à Presidência pelo MDB, declarando voto nele para o segundo turno. “Depositarei nele o meu voto porque conheço no candidato Lula o seu compromisso com a democracia e com a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, diz a emedebista no trecho. Ela ficou em terceiro lugar no primeiro turno, disputado no último domingo, e a campanha petista espera angariar os votos dela para vencer em 30 de outubro.

A estratégia de Bolsonaro foi similar, trazendo a voz de Zema. “Eu estou aqui hoje para declarar meu apoio à candidatura do presidente. Eu acredito muito mais na proposta do presidente do que na proposta do adversário (Lula)”, disse o governador mineiro. Zema foi reeleito no último domingo no segundo maior colégio eleitoral do país, sendo uma aliança importante ao presidente que também busca a reeleição. A propaganda bolsonarista ainda citou o apoio de Neymar, sem, no entanto, colocar um áudio de sua fala.