Candidata ao governo de Goiás defende fim da Polícia Militar: “herança autoritária”
Além disso, Helga Martins diz que seria preciso superar a lógica militarizada e defendeu o fim das escolas militares no Estado
A candidata do PCB para o governo de Goiás, Helga Martins, defendeu o uso de câmera nas fardas por policiais militares como medida para coibir a violência policial e letalidade nas ações policiais em Goiás. A professora aponta que seria uma medida a curto prazo, mas que no longo prazo seria necessário discutir o fim da Polícia Militar.
Segundo ela, o Estado não disponibiliza dados sobre a letalidade policial, o que dificulta qualquer avaliação da segurança pública em Goiás. No entanto, avalia que é importante se deixar claro sobre o que chama de uma herança autoritária da ditadura militar, da naturalização dos processos de violência do Estado contra a população. Ela defende ainda que é um debate complexo que não deve ser feito de forma aligeirada.
Para isso, seria preciso repensar a própria lógica de como se organiza e se estrutura a segurança pública no Estado, com um dinâmica de abordagens violentas de procedimentos que não observam parâmetros fundamentais de direitos humanos já fundamentados e cita casos de ação policial voltadas para grupos específicos da população, que culminam em mortes, como o caso do rapaz abordado em Goiânia e colocado em uma viatura, que foi encontrado morto logo depois.
“Precisamos superar a lógica repressiva que vem da herança autoritária. Precisamos repensar os instrumentos, inclusive pensando a própria organização desses trabalhadores da segurança pública, que vai desde o processo de formação, para entender que a violência estatal acaba tendo como alvos grupos específicos que culminam em processos de higienização. Para isso, haverá necessidade de um processo transicional. Não é nem a desmilitarização, mas o fim da polícia militar. A gente precisa discutir da polícia militar”, disse durante sabatina do Jornal O Popular na manhã desta quinta-feira (18).
Escolas militares
Além disso, defende o fim das escolas militares em Goiás, como parte da lógica militarizada que precisa ser superada, para isso propõe fortalecimento das carreiras de professores e profissionais de Educação através de realização de concursos públicos e elaboração de planos de carreira.
“A gente precisa pensar quais são as demandas concretas da educação no Estado. Temos um déficit de mais 12 mil profissionais de Educação. Não se realizam concursos desde 2012, pelo menos. Se faz contratos temporários, o que precariza a situação dos trabalhadores”, aponta. “Devemos substituir o modelo por uma compreensão de concursos públicos, plano de carreira, que reverbera na valorização dos profissionais, e consequentemente valoriza os cursos de licenciatura em Goiás”, diz.