Sem Fiscalização

Candidatos de concurso da PM-GO relatam omissões de fiscais e caso vai parar no MPGO

Participantes do certame reclamam que havia candidatos colando nos locais de prova, inclusive com o uso de apostilas e celulares, sem que nenhuma providência fosse tomada

O concurso promovido pela Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan), para o preenchimento de 2.420 vagas na Polícia Militar, realizado no último domingo (15), corre o risco de ser anulado. O surgimento de denúncias de falta de fiscalização durante o certame devem levar a uma investigação por parte do Ministério Público de Goiás (MPGO).

Nesta segunda-feira (16), o Mais Goiás recebeu relatos de candidatos que dizem ter flagrado diversos casos de desrespeito às normas durante as aplicações das provas. Pior que isso, teria havido total omissão dos profissionais que deveriam fazer a fiscalização do processo.

“A gente chegou no local da prova, adentrou a sala e não tinha fiscais lá até então. 15 minutos depois os fiscais chegaram e não falaram nada a respeito de como deveria ser o comportamento durante a prova”, diz um candidato que não quis se identificar. Ele participou do certame em Formosa, no entorno do Distrito Federal, e diz ter ficado assustado com a falta de rigor. “Eles só falaram sobre a prova em si, os horários e as distribuíram”, afirmou.

Segundo ele, a escola pública onde fez a prova não contava com detectores de metal ou qualquer outro método de fiscalização. Os candidatos que pediam para ir até o banheiro, diz, eram acompanhados por fiscais até a porta, e lá dentro estavam livres para agir como quisessem.

“No banheiro eu vi três ou quatro pessoas colando. Tinha gente até com apostila. Eles iam para lá, colavam e voltavam para a prova”, contou. Esse mesmo candidato diz que, ao conversar com conhecidos que fizeram provas em outros locais, inclusive em Goiânia, descobriu que havia situações ainda piores. “Um amigo relatou que na sala dele tinha gente colando com papeizinhos e até celulares, e os fiscais viam e se omitiam completamente”, destacou.

Inconformados com a situação, candidatos já começaram a formalizar denúncias. O Ministério Público de Goiás (MPGO) confirma que, nesta segunda-feira (16), pelo menos três candidatos protocolaram reclamações no Centro de Apoio Operacional (CAO) do Patrimônio Público. Eles receberam a promessa de que nos próximos dias um promotor daquele setor vai ser nomeado para iniciar as apurações sobre as possíveis irregularidades.

A Segplan informou à reportagem que, até o fim da tarde desta segunda-feira, nenhuma reclamação foi registrada na Escola de Governo. Além disso, o órgão afirmou que a equipe de fiscalização não reportou nenhum comportamento fora do padrão. “Nós vamos agora aguardar o posicionamento do Ministério Público para ver que providências serão tomadas. Até o momento, não fomos informados de nada oficialmente”, ressaltou a assessoria de imprensa da secretaria.