Eleições 2016

Candidatos respondem a acusações e apresentam propostas em debate na Rádio Interativa

Na manhã desta sexta-feira (2), quatro dos candidatos a prefeito de Goiânia participaram do debate…

Na manhã desta sexta-feira (2), quatro dos candidatos a prefeito de Goiânia participaram do debate realizado pela Rádio Interativa. Com a ausência já anunciada na noite de quinta-feira (1º) do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB), o debate teve alguns momentos mais acalorados do que o anterior, realizado pela TV Goiânia/Band. Não foram convidados o vereador Djalma Araújo (Rede) e o candidato Flávio Sofiati (PSOL). A rádio informa que eles serão entrevistados com tempo de 20 minutos para cada um em outros programas.

Os principais embates aconteceram entre o deputado federal Delegado Waldir Soares (PR), o ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso (PSB) e o deputado estadual Francisco Jr. (PSD). Waldir primeiro fez acusações a Vanderlan de que ele teria deixado Senador Canedo sendo alvo de investigações e processos judiciais, os quais o pessebista disse serem denúncias infundadas.
Para Francisco Jr., a acusação de Waldir é a de que o candidato do PSD participou das gestões municipais que contribuíram com a especulação imobiliária e a verticalização de Goiânia. Ao responder que sua participação na Comissão Especial de Inquérito das Pastas Vazias (CEI das Pastinhas) na Câmara Municipal deixou clara a sua preocupação com a fiscalização dos imóveis que são propostos para a capital, o candidato do PSD defendeu que não tem qualquer envolvimento com o mercado imobiliário e as construtoras na capital.

Por ser a candidata do prefeito Paulo Garcia, a deputada estadual Adriana Accorsi (PT) teve de se defender algumas vezes e destacar o trabalho da atual gestão municipal. “Convido os demais candidatos a conhecer as obras realizadas pela prefeitura.”

A partir do segundo bloco do debate vieram as perguntas do jornalista Pablo Kossa aos candidatos, com Francisco Jr. ao afirmar que a Zona 40, no Centro, precisa de uma melhor elaboração. Já na vez de Vanderlan, ele defendeu a ampliação dos corredores exclusivos de ônibus nas avenidas de Goiânia, mas com estudo e planejamento. Ele defende que esses corredores sejam feitos no centro das vias e não do lado direito, o que pode prejudicar o comércio.

Delegado Waldir fala sobre as ciclovias e trata o tema como “modismo”. “Em Goiânia as ciclovias foram feitas essencialmente em zonas de lazer, não foram feitas efetivamente para serem utilizadas como modal.”

Sobre o transporte oferecido por aplicativos, como o Uber, Adriana Accorsi fala também sobre os escritórios de co-working e que o poder público precisa apoiar “essas iniciativas acontecerem na cidade”. Segundo Adriana, é necessário que os serviços públicos sejam desburocratizados.

Terceiro bloco

Nesse bloco, o candidato sorteado pergunta para outro concorrente. Vanderlan começa com pergunta a Francisco Jr. para saber quais são as propostas da saúde para Goiânia. “Segurança é o sintoma, saúde é o problema”, começa a responder o candidato do PSD. Francisco Jr. defende que se busque o respeito ao cidadão com a contratação de médicos por todos os meios e valorizar os servidores.

Saúde preventiva e saúde da família são tratadas como importantes para Francisco Jr., que disse que o primeiro momento é de “uma ação ousada” para eliminar o problema do atendimento de emergência.

Na réplica, Vanderlan fala que é preciso sair dos 43% de cobertura no Programa Saúde da Família ao primeiro ano de mandato, em 2017, para 80% de cobertura, com fim da falta de médicos e medicamentos. O pessebista defende suprir a necessidade de especialistas e fazer parcerias para os demais serviços de saúde.

Ao Adriana ser sorteada para fazer pergunta a Vanderlan, o candidato Francisco Jr. declara que “aí é marmelada”. Em seguida Vanderlan fala sobre o déficit muito grande enfrentado enquanto era prefeito de Senador Canedo em vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), que, segundo ele, foi suprido com a construção de sete unidades.

Na resposta, Adriana retrucou Vanderlan de que a atual administração da capital tem construído sim Cmeis. Ela diz que se precisar vai passar os endereços ao candidato do PSB para que ele conheça essas unidades.

Já Vanderlan, que questiona os números apresentados por ela, que seriam de 22%, teriam mudado para 38% e depois 41%, diz que o número ficou muito aquém daqueles 80 Cmeis prometidos em 2012 por Paulo Garcia (PT).

Na vez do Delegado Waldir perguntar a Adriana, ele questiona se ela se orgulha da “secretária ficha suja” que ocupa a educação na capital hoje. “Tem gente investigada também no Estado, como de partidos que apóiam o senhor”, responde a petista.

Adriana insiste que os candidatos que não conhecem os Cmeis da capital conheçam a estrutura oferecida à população nas unidades em funcionamento.

Quarto bloco

A discussão é retomada com habitação. Waldir responde Adriana que a especulação imobiliária pode ser vista em vários loteamentos sem infraestrutura básica. “O nosso Plano Diretor não foi atendido corretamente.” Para Waldir, Goiânia deveria ter seguido o modelo de Curitiba (PR) na construção de moradias populares. Com imposto progressivo, ele quer adensar a cidade.

Adriana lamenta que o “governo golpista” de Michel Temer (PMDB) tenha encerrado o programa Minha Casa, Minha Vida. “É importante não praticar mais a velha política de jogar as pessoas para longe e favorecer a especulação imobiliária. Quem quer voltar a governar Goiânia fez isso.”

O candidato do PSD, ao falar sobre pontos de alagamento, diz que é preciso ampliar a notificação de áreas de risco e que sejam implantadas calçadas que possam drenar água. Francisco Jr. citou a volta de projetos que não tiveram recursos aplicados. Adriana responde que isso também acontece no governo estadual, que deixa de concluir projetos e perde verba federal.

Em seguida, Waldir pergunta a Vanderlan sobre as acusações de improbidade administrativa que enfrentam o candidato do PSB. “O senhor até briga com a imprensa de não chamá-lo de delegado e está muito mal informado. Nós não tivemos nenhuma condenação. Tudo que vai ventilado pela imprensa nós defendemos a investigação.”

De acordo com Vanderlan, por onde ele passou houve “uma devassa” em suas administrações em Senador Canedo, mas que tudo transcorreu dentro da legalidade e nada foi comprovado contra ele.

Quinto bloco

Ao fim da propaganda eleitoral obrigatória de rádio, Waldir volta a questionar que não ficou bem explicado o fato da “caixa preta” de Senador Canedo. Vanderlan diz que o “disse me disse” não se comprova. “Quem diz uma coisa que tem que se explicar.”

Em resposta a Francisco Jr. sobre a verticalização da cidade, o Delegado Waldir lembra o encerramento da CEI das Pastas Vazias na Câmara Municipal e reclama da ausência de Iris nos debates. “Acho que ele não quer se explicar sobre a troca de áreas do município em moedas podres e lotes.” Waldir defende que o Plano Diretor não vem sendo cumprido e que Goiânia não pode ficar refém aos construtores.

Francisco Jr. defende, em sua réplica, a construção do Nexus no Setor Marista, por estar na proximidade dois eixos estruturantes da capital. O candidato diz que a verticalização é importante, mas que se precisa discutir a fiscalização.

Em resposta, Waldir afirma que Francisco Jr. participou dessa “verticalização criminosa” que aconteceu em gestões passadas.

Sexto bloco

Sobre mobilidade, Vanderlan diz que quando o prefeito Paulo Garcia rompeu com a “velha política”, as obras em parceria com o Estado vieram.  Ao corrigir o jornalista Pablo Kossa, que o chamou de Waldir Soares, o Delegado Waldir defende que o nome que ele adotou é o que está registrado na Justiça Eleitoral.

Francisco Jr., que falava sobre transporte coletivo, aproveita parte de seu tempo para dizer que participou da CEI das Pastas Vazias e que provou a sua idoneidade como homem público.

Perguntas dos eleitores

Em resposta a um ouvinte, Waldir afirma que a situação do transporte coletivo tem nome em sua responsabilidade pela situação atual. “A culpa disso tudo é do candidato que não está aqui, o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB).”

Na vez de Vanderlan, o candidato do PSB fala que Waldir, que tem que ser identificado como Delegado, “senão eu posso ser preso aqui”, se esqueceu de apresentar propostas e quer fazer trabalho investigativo baseado em denúncias vazias.

Francisco Jr. afirma que a dificuldade que a pessoa que tem alguma deficiência física é clara e preocupante. “Todo transporte público tem que ser adequado. Isso já consta da licitação anterior, mas não está sendo cumprido.”