HISTÓRIA DE VIDA

Capital de Goiás, Goiânia completa 89 anos nesta segunda-feira (24)

Planejada inicialmente para 50 mil pessoas, o município conta hoje com 1.555.626 habitantes e figura entre uma das principais cidades do Brasil

Goiânia completa 89 anos nesta segunda-feira (24). (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

A cidade de Goiânia completa 89 anos nesta segunda-feira (24). Planejada inicialmente para 50 mil pessoas, o município conta hoje com 1.555.626 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A capital goiana é a mais arborizada do Brasil e figura como uma metrópole que cresce constantemente, sendo 2º município com maior valorização imobiliária, de acordo com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi). Em homenagem ao aniversário da capital, o Mais Goiás relembra a história de vida desta jovem senhora.

Desde a proclamação da República, em 1889, a transferência da capital goiana da cidade de Goiás, criada no século XVIII, já era discutida. A Constituição de 1891, porém, manteve a capital na antiga região aurífera. Com a chegada do fim do período do ouro, a velha Goiás, antiga Vila Boa, passou a perder a hegemonia econômica. Assim, as cidades envolvidas com a criação de gado e agricultura, localizadas mais ao Sul do Estado, passaram a ter mais importância do que a capital.

Com a revolução de 1930, movimento armado, liderado por Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas tornou-se chefe do Governo Provisório. Ele, então, revogou a Constituição de 1891 e passou a governar por decretos e passou a nomear interventores para todos os governos estaduais. Em Goiás, o médico Pedro Ludovico Teixeira, que lutou na revolução 30, foi nomeado para comandar o estado.

Mudança da capital

À época, Pedro Ludovico se opôs à oligarquia política e decidiu que era hora de mudar a capital de Goiás. Para ele, era necessário impulsionar a ocupação do Estado, direcionando os excedentes populacionais para espaços demográficos vazios. O objetivo era tentar aumentar a produção econômica. Assim, na visão do interventor, a mudança da capital era uma das alternativas que iria permitir a ligação do Centro-Oeste ao Sul do país.

Em 1932, Pedro Ludovico instituiu uma comissão, presidida por D. Emanuel Gomes de Oliveira, que iria discutir e escolher o melhor local para a construção da nova capital. A resistência da forte oposição a Pedro Ludovico considerava desnecessária a mudança. No entanto, o interventor, bem como a cúpula dos revolucionários de 1930, encaravam a construção de uma nova cidade como investimento e não gastos desnecessários.

Em janeiro de 1933, a comissão instituída por Pedro Ludovico procedeu a realização de estudos das condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim (atual Silvânia), Pires do Rio de Ubatan (atual vila de Erigeneu Teixeira, em Orizona) e Campinas (atual bairro de Campinas). O relatório final apresentado a Pedro Ludovico indicou uma fazenda localizada nas proximidades do povoado de Campinas como o cenário ideal para construção da nova capital.

O decreto estadual nº 3359, de 18 de maio de 1933, determinou a escolha da região às margens do córrego Botafogo, compreendida pelas fazendas Crimeia, Vaca Brava e Botafogo, no então município de Campinas, para a edificação da nova capital de Goiás. Em 24 de outubro de 1933, em local definido pelo engenheiro, arquiteto, urbanista e paisagista Attílio Corrêa Lima, responsável pelo projeto urbanístico da nova capital, Pedro Ludovico lançou a pedra fundamental de Goiânia. A data foi escolhida para homenagear os três anos da revolução de 1930.

Petrônia x Goiânia: a escolha do nome

Conforme relatos históricos, o nome sugerido para a nova capital de Goiás teria sido “Petrônia”, em homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico. O jornal O Social havia realizado um concurso cultural com seus leitores para o batismo da nova cidade. Dois nomes concorreram: Petrônia e Goiânia. O primeiro foi escolhido por 68 leitores do jornal, enquanto Goiânia obteve menos de 10 votos. Porém, por razões que nunca revelou a ninguém, Pedro Ludovico preferiu Goiânia. Assim, em decreto publicado de 2 de agosto de 1935 formalizou o nome da nova capital.

Construída inicialmente para 50 mil habitantes, Goiânia experimentou um crescimento moderado até 1955. Entretanto, devido a uma série de fatores, como a chegada da estrada de ferro, em 1951; a retomada da política de interiorização de Getúlio Vargas, de 1951 a 1954; a inauguração da Usina do Rochedo, em 1955, e construção de Brasília, de 1954 a 1960, cerca de 150 mil pessoas já habitavam a nova capital em 1965.

Apenas da década de 1960, Goiânia ganhou cerca de 125 novos bairros. De lá para cá, mais habitantes chegaram à capital, ao mesmo tempo em que os investimentos também vinham para a cidade.

Atualmente, a capital figura como uma das mais importantes do país. É a 10º mais populosa, segundo o IBGE, e está entre as 20 maiores economias do Brasil, também de acordo com o Instituto.

Com informações da Prefeitura de Goiânia