Cartão por aproximação: lado a lado com vítimas, golpistas roubam dinheiro de conta
Uma em cada quatro transações presenciais com cartões de crédito é feita por aproximação, informa…
Uma em cada quatro transações presenciais com cartões de crédito é feita por aproximação, informa a Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs). A previsão é que a modalidade chegue a representar metade das transações no país até o fim de 2022. Em alta de 375%, o pagamento via cartão por aproximação tem conquistado usuários pela comodidade e atraído criminosos que se utilizam da tecnologia NFC (Near Field Communication) que, em português, pode ser traduzido como “comunicação de campo próximo”, para surrupiar o dinheiro da conta enquanto estão lado a lado com suas vítima.
Os criminosos chegam perto das pessoas com maquininhas de aproximação para tentar fazer operações em cartões desprotegidos. Isso é possível porque, como não há necessidade de digitar a senha, muitas vezes o consumidor só percebe que foi vítima de roubo horas depois.
Para se precaver desse golpes, as duas principais orientações dos especialistas são: ativar a autorização pelo celular e utilizar uma capa protetora no cartão.
As investidas de golpistas chegaram a acender o alerta em deputados estaduais no Rio de Janeiro, e a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) chegou a aprovar um projeto segundo o qual a emissão de cartões de de crédito ou débito por aproximação deveria ser previamente aprovada pelo consumidor.
As operadoras, previa a lei, também deveriam informar sobre medidas para evitar roubo, furto e limites de transações. O governador Cláudio Castro, no entanto, vetou o projeto de lei.
— Deixe o celular habilitado para todas as suas operações, assim será avisado imediatamente de qualquer movimentação e poderá agir imediatamente para cancelá-la — orienta Francisco Gomes Júnior, especialista em Direito Digital e Crimes Cibernéticos e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP).
Em fevereiro, o Procon-SP emitiu um alerta para esta modalidade de crime:
“Há notícias de pessoas que foram vítimas de criminosos que aproximam máquinas que usam essa tecnologia — conhecida como NFC — e debitam valores do cartão de crédito e de débito”, afirmou a nota do órgão, à época.
É responsabilidade dos bancos responder por eventuais prejuízos causados às vítimas de golpe, orienta Fabio Pasin, pesquisador do programa de serviços financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
— O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor determina que o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços — diz.
Confira as dicas
- Utilize capas protetoras no cartão, elas são feitas de materiais como fibra de carbono, alumínio e plástico e impedirão leituras e operações indevidas.
- Cadastre o cartão no smartwatch ou no celular. Dessa forma, a transmissão só será autorizada mediante a confirmação nos dispositivos.
- Desabilite a função de proximidade. Esta solicitação pode ser feita por aplicativo ou com a empresa do cartão.
- Diminua o valor-limite para compras por aproximação.
- Use carteiras revestidas por metal ou algum tipo de material especial e dispositivos podem bloquear a ação das maquininhas que se aproximam.
- Parcelamento: Relp: programa de parcelamento de dívidas de empresas registra 380 mil adesões.
- Use papel laminado para revestir o cartão, fazendo com que haja o bloqueio da radiofrequência.
- Use cartão virtual quando optar por fazer compras na internet.
- Confira o valor do débito. No pagamento por aproximação, o visor da máquina está virado para o vendedor, e o pagador não confere o valor do pagamento.
- Ao perceber que o cartão foi clonado, entre em contato com a administradora e peça imediatamente o bloqueio.
- Faça um boletim de ocorrência na delegacia para, de alguma forma, reaver os valores perdidos na fraude.