Casa de família que denunciou agressão de policiais é alvo de tiros em Santo André
A polícia de São Paulo apura um suposto ataque a tiros à casa de uma…
A polícia de São Paulo apura um suposto ataque a tiros à casa de uma família de Santo André (na região do ABC paulista) que denunciou agressões praticadas por policiais militares durante uma abordagem na última sexta-feira (27).
De acordo com a família, foram três disparos contra o portão da casa efetuados por um desconhecido na madrugada de segunda-feira (30). Os projéteis perfuraram portão de metal, acertando o veículo de um dos moradores e paredes dos muros internos da residência. Ninguém se feriu.
O ataque à casa da família de Santo André foi revelado pelo G1.
De acordo com a versão dos presos, os policiais foram abordar um jovem na rua Recife, bairro de Sacadura Cabral (em Santo André), durante a madrugada. Na ação, os familiares do rapaz teriam desacatado os militares, dando início a um tumulto que terminou com pessoas feridas dos dois lados.
Todos foram encaminhados ao pronto-socorro para receber atendimento médico.
Durante a elaboração da ocorrência, imagens da abordagem foram apresentadas pelos familiares. Após a análise do material, o comando da PM local decidiu instaurar inquérito policial militar e apresentar todos os envolvidos à corregedoria.
A pedido da PM, a Justiça Militar determinou a prisão preventiva (sem prazo) de dois sargentos e dois soldados que atuaram diretamente no caso —eles foram levados para o Presídio Militar “Romão Gomes”.
Sobre as suspeitas de que o ataque de segunda tenha sido uma retaliação, a PM informou que a corregedoria acompanha as investigações da ocorrência registrada como ameaça e disparo de arma de fogo.
“Uma das vítimas foi ouvida e passou detalhes do ocorrido. Foi realizada perícia no local. Diligências estão em andamento para localizar imagens e testemunhas que auxiliem na identificação dos autores e esclarecer os fatos”, diz nota da Polícia Militar.
Para o advogado Ariel de Castro Alves, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, o caso é um absurdo e precisa de uma resposta rápida das polícias, até por ser uma afronta à corregedoria, ao comando da Polícia Militar, e a própria Justiça Militar.
“Além disso, cabe ao governo de São Paulo tomar medidas para garantir a integridade física dessas vítimas, por meio de ações da Polícia Civil e da própria corregedoria da PM”, disse ele.