Caso Beatriz: advogada diz que réu confesso se arrepende e chora ao falar do crime
Segundo a defensora, o cliente confessou a autoria "para aliviar o coração da mãe da menina"
A advogada Niedja Mônica da Silva, que representa o homem que confessou matar a menina Beatriz Angélica em uma escola particular de Petrolina (PE), disse que Marcelo da Silva, réu confesso, se arrepende do crime e chora ao falar sobre o assassinato. O crime ocorreu em 2015 e o autor só foi identificado em janeiro de 2021, após a Polícia Científica confirmar que o DNA do homem era o mesmo que estava na faca deixada no tórax da criança.
Durante entrevista à Globo, a defensora afirmou que o cliente confessou a autoria “para aliviar o coração da mãe da menina”. Segundo a advogada, o homem também diz que quer pagar pelo que fez.
“Ele disse que quer ver a mãe [da menina] para pedir perdão. Porque ele disse que foi uma de uma monstruosidade muito grande e quer pagar pelo que fez. Depois que ele viu o drama da mãe, ele disse que quis contar para aliviar o coração dela, para ficar em paz. Ele usa essa expressão: ‘eu quis aliviar o coração dela para ela ficar em paz. Que realmente o culpado sou eu'”, comentou Niedja.
Marcelo da Silva já cumpria pena por estupro de vulnerável, ameaça e cárcere privado. O homem estava preso desde 2017 no presídio de Salgueiro, no Sertão, e foi transferido para um presídio no Grande Recife na última quinta (13).
Caso Beatriz: autoria foi identificada seis anos após o crime
Depois de seis anos, um mês e um dia do crime, a polícia o anunciou Marcelo da Silva como suspeito de matar Beatriz. A identificação teria ocorrido através do DNA dele, que foi compatível ao do que encontrado na faca que foi cravada no tórax da garota na ocasião.
A polícia também afirmou que ele confessou o crime. Lucinha Mota, mãe da vítima, foi informada pela imprensa sobre a identificação do suspeito. À noite, através das redes sociais, ela se pronunciou e disse que não queria que um inocente pagasse pelo crime e que o DNA, por si só, não era suficiente.
“Então, eu estou aqui, nós estamos aqui com muita fé de que ele é o assassino de Beatriz, mas ainda é pouco. Eu acredito [que ele seja o autor do crime], pelos elementos que eles apresentaram, que é o resultado do DNA, que é incontestável, e as características físicas, mas isso só não é suficiente”, completou a mãe de Beatriz.
Suspeito teria agido sozinho, diz polícia
A SDS informou, ainda, que os indícios apontam que Marcelo agiu sozinho e não teve ajuda de outas pessoas. A mãe da menor, entretanto, acredita que possa haver um mandante e que possíveis problemas da escola em que a menina morreu podem ter a ver com a motivação do crime.
Lucinha ainda revelou que teve acesso a vídeos em que o suspeito aparece com o que seria um telefone. “Ele chega, ele esconde a faca, ele recebe uma ligação ou uma mensagem, ele bota o telefone próximo à orelha dele, como se estivesse recebendo uma ligação. Ele vai no canteiro, pega a faca, bota no pé e parte em direção ao colégio. Pelo amor de Deus, não precisa ser nenhum expert para entender que, ali, alguém avisou a ele. O quê? O momento certo de entrar? Essas coisas que precisam ser identificadas”, questionou.