Caso Beatriz: mãe de garota morta com 42 facadas diz que motivação do crime ‘não convence’
A mãe de Beatriz Angélica, Lucinha Mota, afirmou que o homem identificado por meio do…
A mãe de Beatriz Angélica, Lucinha Mota, afirmou que o homem identificado por meio do DNA seja realmente o assassino da filha, mas ela questiona a motivação do crime apontada pela Secretaria de Defesa Social (SDS): “Não convence.” A garota foi morta em 42 facadas durante a formatura da irmã que ocorria no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde o pai dela também trabalhava, em Petrolina, no Sertão pernambucano.
“A prova científica do DNA é importante. Tem uma relevância muito grande, isso é ciência, não se contesta. O máximo que se faz é repetir para ter opiniões de outros especialistas”, disse.
A mãe falou com a imprensa após uma coletiva feita pela SDS, no Recife, onde detalhou que Marcelo da Silva, de 40 anos, foi apresentado como suspeito de ter matado a menina de 7 anos em 2015. O homem encontra-se preso por outros crimes. De acordo com a secretaria, Marcelo confessou que entrou na escola para pedir dinheiro e matou a menina depois que ela se desesperou ao ver a faca que estava com ele.
O pai de Beatriz e marido de Lucinha, Sandro Romilton, era professor de inglês no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, palco de toda tragédia. De acordo com a mãe da menina, a escola era bastante rígida e, durante os 14 anos em que frequentou o local, como mãe de uma aluna e esposa de um funcionário, sempre precisou se identificar.
Ainda de acordo com a mãe da garota, a escola só permitia a entrada de pessoas que estavam autorizadas em convites durante as festividades. Dessa forma, segundo ela, é difícil acreditar na versão dada pela SDS, de que o assassino da menina conseguiu entrar na instituição de ensino com pouca dificuldade. No dia do crime, inclusive, ocorria a formatura da irmã de Beatriz.
“Essa conversinha de que ele entrou aleatoriamente, que escolheu uma vítima ali porque é um doido não me convence, precisa-se de mais”, declarou Lucinha Mota.
Suspeito de matar garota com 42 facadas está preso desde 2017
Marcelo da Silva está preso desde 2017 e foi condenado por estupro de vulnerável. Depois de seis anos, um mês e um dia do crime, a polícia o anunciou como suspeito de matar Beatriz. A identificação teria ocorrido através do DNA dele, que foi compatível ao do que encontrado na faca que foi cravada no tórax da garota na ocasião.
A polícia também afirmou que ele confessou o crime. Lucinha foi informada pela imprensa sobre a identificação do suspeito. À noite, através das redes sociais, ela se pronunciou e disse que não queria que um inocente pagasse pelo crime e que o DNA, por si só, não era suficiente.
“Então, eu estou aqui, nós estamos aqui com muita fé de que ele é o assassino de Beatriz, mas ainda é pouco. Eu acredito [que ele seja o autor do crime], pelos elementos que eles apresentaram, que é o resultado do DNA, que é incontestável, e as características físicas, mas isso só não é suficiente”, completou a mãe de Beatriz.
Suspeito de matar Beatriz teria agido sozinho, diz polícia
A SDS informou, ainda, que os indícios apontam que Marcelo agiu sozinho e não teve ajuda de outas pessoas. A mãe da menor, entretanto, acredita que possa haver um mandante e que possíveis problemas da escola em que a menina morreu podem ter a ver com a motivação do crime.
Lucinha ainda revelou que teve acesso a vídeos em que o suspeito aparece com o que seria um telefone. “Ele chega, ele esconde a faca, ele recebe uma ligação ou uma mensagem, ele bota o telefone próximo à orelha dele, como se estivesse recebendo uma ligação. Ele vai no canteiro, pega a faca, bota no pé e parte em direção ao colégio. Pelo amor de Deus, não precisa ser nenhum expert para entender que, ali, alguém avisou a ele. O quê? O momento certo de entrar? Essas coisas que precisam ser identificadas”, questionou.