JUSTIFICATIVA

Caso da modelo que matou noivo: morte pode ter relação com abuso sexual de menor

Modelo diz que noivo não queria denunciar crime por temer ser prejudicado em sua carreira profissional

Modelo diz ter matado noivo por ele não querer denunciar estupro da filha (Foto: Reprodução - Redes Sociais)

A modelo Marcella Ellen Paiva Martins, de 31 anos, está presa e é investigada por matar o noivo Jordan Lombardi com um disparo de arma de fogo, na madrugada de quarta-feira (9), no Distrito Federal. Em depoimento, ela disse se arrepender do crime, pois amava o companheiro. Mas que o cometeu sob efeito de alta quantidade de cocaína, após uma discussão sobre um suposto crime de estupro, o qual teria sido cometido pelo atual padrasto de sua enteada de 4 anos, filha de Jordan.

Marcella contou à Polícia Civil que estava com Jordan e a enteada quando a menina relatou que foi estuprada. A modelo alega que sofreu abuso sexual na infância e, por isso, se indignou com o relato. Ela passou a cobrar uma atitude de Jordan e queria que ele denunciasse o caso à Polícia Civil de São Paulo.

Também segundo a modelo, Jordan não queria denunciar o crime porque temia ser prejudicado em sua carreira profissional como empresário. Ela afirma também que ele chegou a dizer que não gostava da menina.

Sob efeito de alta quantidade de cocaína, Marcella diz que iniciou uma briga com Jordan, na tentativa de convencê-lo, mais uma vez, de denunciar o crime. Durante a discussão, no entanto, acabou disparando a arma contra o noivo, que morreu.

O Mais Goiás não conseguiu contato com o advogado Johnny Cleik Rocha da Silva, que cuida da defesa de Marcella. Mas ao G1, ele afirmou que o casal estava apaixonado e se dava muito bem. Inclusive, já haviam marcado um casamento religioso em 14 de janeiro de 2023, em uma casa luxuosa no Distrito Federal, alugada por R$ 150 mil.

“A mãe dela, que é minha amiga, me ligou desesperada falando que recebeu uma ligação da Marcella, dizendo: ‘Mãe, matei o amor da minha vida’. Imediatamente eu entrei no caso como advogado de defesa”, comentou o advogado.

Relembre a prisão da modelo

Quando o crime aconteceu, o casal estava hospedado em um hotel de Brasília. Depois do homicídio, Marcella fugiu com o veículo do noivo, um Audi Q7, em direção a cidade de Águas Lindas de Goiás. Entretanto, no meio da fuga, o carro foi bloqueado pelo rastreador e ela abandonou o veículo na BR-070.

Ainda armada, a mulher abordou o motorista de uma kombi escolar para continuar em fuga. “Ele parou seu veículo e tentou ajudar a mulher, mas em breve conversa ela disse que queria apenas o veículo para sair do local. Logo em seguida, a mulher pediu também seu aparelho celular, no modo desbloqueado, e caso não entregasse que então o mataria”, descreve trecho da ocorrência.

Em depoimento, o homem disse, que a suspeita não sabia ligar a kombi e por isso, o obrigou a empurrar o veículo. Como o motorista estava sozinho, aproveitou uma distração da mulher e fugiu pedindo socorro. A Polícia Militar foi acionada.

Nas proximidades da cidade de Edilândia, um distrito de Cocalzinho, ela foi presa no momento em que estava em um posto de gasolina.