“DECEPCIONANTE”

Caso Valério: defesa considera condenações e absolvição incoerentes e diz que já apresentou recurso

Advogado Ricardo Naves também afirmou que o júri pode ter sido influenciado pela opinião pública e que o inquérito foi "tendencioso"

O advogado Ricardo Naves, que defende dois condenados e o único absolvido no caso Valério Luiz, disse que considera as decisões incoerentes. (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

O advogado Ricardo Naves, que defende dois condenados e o único absolvido no caso Valério Luiz, disse que considera as decisões incoerentes. Ele disse que, ainda em ata do júri popular concluído na noite de quarta-feira (9), apresentou recurso para rever as condenações. O defensor reforçou, mais uma vez, que nunca teve dúvida da inocência dos clientes.

Maurício Sampaio e Ademá Figueredo, apontados como mandante e executor, respectivamente, foram condenados a 16 anos de prisão. Urbano Malta e Marcus Vinicius, acusados de ajudar a planejar o crime, foram sentenciados a 14 anos de prisão. Djalma Gomes da Silva, réu por auxiliar no planejamento do assassinato e atrapalhar as investigações, foi absolvido.

No julgamento, Naves fez a defesa de Maurício, Ademá, Urbano e Djalma. Para ele, houve incoerência dos jurados quanto à decisão. “No processo disseram: alguém mandou duas pessoas intermediarem e estabelecerem uma logística para que um terceiro pratique o assassinato. De repente, uma dessas pessoas que ajudou a planejar, segundo dizia a denúncia, é absolvida. Isso é totalmente incoerente”.

“Inquérito tendencioso” e influência externa

Ricardo Naves disse, ainda, que considerou o inquérito e o procedimento penal “muito tendenciosos” e “complexos”. Segundo ele, a opinião pública como um todo “levou uma bagagem muito forte e talvez tenha influenciado o conselho de sentença”. E continuou: “não é possível que a gente entre na consciência dos jurados para saber o que efetivamente conduziu a essa decisão”.

Questionado sobre possível falha da defesa, Ricardo Naves pontuou que, na verdade, houve limitações, como falta de tempo. Apesar disso, ele afirma que faria tudo de novo.

De acordo com o advogado, além do recurso das condenações, ele também vai questionar as prisões por meio de habeas corpus.

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