Cavalhadas: Apoio do governador trouxe turismo e mostrou nossa religiosidade, afirmou o prefeito de Jaraguá
O município de Jaraguá, distante 120 quilômetros de Goiânia, preparou recepção calorosa para o governador…
O município de Jaraguá, distante 120 quilômetros de Goiânia, preparou recepção calorosa para o governador Marconi Perillo, que reservou a tarde para prestigiar a abertura da 236ª edição das Cavalhadas de Jaraguá. Montado em um cavalo, ele acompanhou parte da comitiva. Ao longo de quatro mandatos, Marconi transformou em política pública os investimentos em manifestações culturais, as quais considera “patrimônio imaterial” dos goianos. Além de destinar recursos para o fomento da cultura, o governador faz questão de participar de apresentações tradicionais.
Acompanhado pelo pai, o senhor Marconi Ferreira, ele recebeu o carinho da população, atendeu todos os pedidos de fotos e selfies, ouviu sugestões e encaminhou demandas. Entre os moradores ilustres da cidade que recepcionaram Marconi, a Dona Flora Assunção, de 92 anos, mãe do deputado estadual Nédio Leite, fez questão de posar para fotos com o governador.
Prefeito do município, Zilomar Antonio de Oliveira (PSDB) agradeceu o governador pelo apoio à festa, que este ano completou 236 anos, e que é considerada a maior manifestação popular da cidade. “Estamos muito felizes com o apoio que o governador Marconi Perillo tem dado, não só para Jaraguá, mas para todas as Cavalhadas do Estado de Goiás. Pela tradição, pela religiosidade, pela importância da Festa do Divino”, ressaltou. “Agradecemos pelo governador ter incluído nossa cidade no Circuito das Cavalhadas, trazendo turismo para nossa cidade e mostrando para o Brasil nossa religiosidade”, afirmou o prefeito, ao fazer referência ao Circuito, instituído ano passado por Marconi, com apoio para a festa em 12 municípios que mantém esta tradição.
O Circuito, afirmou Marconi, foi criado em 2016 com objetivo de dar um incentivo maior do governo do Estado à preservação das Cavalhadas, a quem classificou de “patrimônio goiano”. “O governo estadual dá total apoio às Cavalhadas, um patrimônio imaterial nosso, porque representam a religiosidade do povo goiano, que especialmente em Jaraguá é muito forte”, declarou Marconi. Vim aqui prestigiar os cavaleiros, prestigiar os festeiros e toda população de Jaraguá”, disse, em entrevista coletiva.
Programa Goiás na Frente vai levar pavimentação para vias urbanas
Ao interagir com a população de Jaraguá, Marconi recebeu os agradecimentos pelas obras realizadas e as programadas pelo Goiás na Frente. O prefeito Zilomar Oliveira destacou a importância dos R$ 5 milhões que o governo estadual está investindo na cidade, que já assinou um convênio de R$ 3 milhões e está viabilizando outro de R$ 2 milhões. Ambos, por meio do programa Goiás na Frente. “Graças ao governador Marconi Perillo, com essa ousadia, com esse projeto inovador, um bairro carente, que há mais de 12 anos sofre com a falta de asfalto, vai receber a pavimentação. Vão sair do sofrimento da poeira e da lama as famílias, os empresários, a população de modo geral”, projetou o prefeito.
Participaram da festa o senador Wilder Morais, deputados federais Roberto Balestra e Célio Silveira, o deputado estadual Nédio Leite, o secretário de Governo, Tayrone Di Martino, entre outras autoridades.
Cavalhadas em Goiás
No último dia 31, o governador Marconi Perillo lançou, no Palácio das Esmeraldas, a edição 2017 do Circuito das Cavalhadas de Goiás. Como forma de incentivar e valorizar as manifestações culturais do Estado, anunciou a criação do Cartão do Cavaleiro, que se destina a ajudar os participantes das Cavalhadas na aquisição dos materiais de confecção das roupas. Para garantir o benefício, o Governo de Goiás deve enviar projeto de lei para votação da Assembleia Legislativa.
Treze municípios integram o Circuito das Cavalhadas. Este ano, 12 estão participando: Posse, Santa Cruz, Jaraguá, Pirenópolis, Palmeiras, Hidrolina, São Francisco, Santa Terezinha, Corumbá, Pilar, Luziânia e Niquelândia.
Origem das cavalhadas
No século VIII d.C., um exército de cristãos, liderado pelo imperador romano, Carlos Magno, guerreou contra os sarracenos, de religião islâmica (muçulmana). O objetivo era impedir os sarracenos de invadir o sul da França.
Conhecidos como mouros, os mulçumanos da Mauritânia invadiram, nos idos do século VIII, o sul da Península Ibérica, dominando a região de Granada, de onde foram expulsos somente em fins do século XV. Foram quase 800 anos de ocupação moura por quase toda a península, o que, inegavelmente, colaborou para o avanço tecnológico destas nações, uma vez que os mulçumanos árabes, propagadores do islamismo, eram mais evoluídos, do ponto de vista tecnológico, artístico e cultural, do que os cristãos da época. Os reis que resistiram a este avanço refugiaram-se ao norte da península e mantiveram intacta sua cultura, vindo deles a iniciativa de expulsão da soberania moura na Península Ibérica.
Incorporada ao folclore, durante séculos, a História de ‘Carlos Magno e os 12 pares da França’ era atração nas vozes dos trovadores e, somente em idos do século XIII, em Portugal, é que resolveu instituí-la como uma festividade, aos modos de uma representação dramática, quase que como um jogo de xadrez, a fim de incentivar a instituição cristã e o repúdio aos mouros. Num grande campo de batalha, onde de um lado, o lado do poente, 12 cavaleiros cristãos vestidos de azul, a cor do cristianismo, lutam contra 12 cavaleiros mouros vestidos de vermelho, encastelados no lado do sol nascente.
No Brasil esta representação dramática foi introduzida, sob autorização da Coroa, pelos jesuítas com o objetivo de catequizar os gentios e escravos africanos, mostrando nisto o poder da fé cristã. Por todo o Brasil encontramos as Cavalhadas sendo representadas, em diferentes épocas, prova de que esta manifestação folclórica nada tem a ver, de origem, com a Festa do Divino ou a Pentecostes, como é no caso de Jaraguá.