CRIME

Chacina deixa cinco mortos e três feridos em bar no Rio de Janeiro

Carro passou atirando em Mesquita, na Baixada Fluminense, região onde ocorreram outras 9 chacinas neste ano

Imagem aérea mostra movimento na rua do bar onde ocorreu a chacina, no bairro Jacutinga, em Mesquita, no Rio de Janeiro - Reprodução/TV Globo

Cinco pessoas morreram e três ficaram feridas após uma chacina na madrugada desta segunda-feira (3) no município de Mesquita, na região da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Criminosos que passavam de carro abriram fogo contra as pessoas que estavam em um bar no bairro Jacutinga, por volta das 3h.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra quatro corpos em frente ao estabelecimento, dois na rua e dois na calçada, próximos a mesas e cadeiras de plástico reviradas e pessoas gritando.

Segundo o Corpo de Bombeiros, eles eram de Idevaldo Pereira da Silva, 58, Vinícius Douglas das Chagas Braga, 29, e mais dois homens pardos não identificados, de 30 e 35 anos. A quinta vítima foi uma mulher que chegou a ser levada ao Hospital Geral de Nova Iguaçu.

Entre os feridos estão João Carlos Teixeira, 57, baleado na perna direita, e Stephanie da Silva, 32, baleada na mão direita. Ambos estão estáveis e serão submetidos a procedimentos cirúrgicos, ainda de acordo com o município.

O terceiro ferido foi Luciano dos Santos, 50, atingido de raspão na cabeça. Ele foi atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Edson Passos e já teve alta.

Os Bombeiros informaram que foram acionados às 3h03 e chegaram ao local às 3h32, confirmando que constataram quatro pessoas mortas e transferiram uma ferida em estado grave, Bruna, ao hospital. Os outros baleados, dizem, não foram encaminhados por eles.

Já a Polícia Militar afirmou que agentes do 20º BPM (Mesquita) foram chamados durante a madrugada e, no local, foram informados de que oito pessoas haviam sido atingidas: quatro já haviam sido socorridas para unidades de saúde da região e quatro haviam morrido. A área, então, foi isolada.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense disse que já realizou perícia no local. “Agentes realizam diligências para localizar testemunhas e familiares das vítimas, coletar imagens de câmeras de segurança e informações que possam contribuir com a identificação da autoria do crime”, informou, em nota.

Essa é ao menos a décima chacina do ano na Baixada Fluminense —contra uma no mesmo período do ano passado—, segundo a plataforma colaborativa Fogo Cruzado. O projeto considera eventos onde há três ou mais mortos civis em uma mesma situação, mesmo que por motivos distintos, como operações, assaltos e ataques.

Das nove chacinas anteriores do ano, cinco foram decorrentes de ações policiais e, no total, 35 pessoas morreram. Essas ocorrências equivalem a um terço das chacinas que ocorreram em toda a região metropolitana do Rio neste ano (29 episódios com 112 mortes).

Em seu último relatório, da última sexta, o Fogo Cruzado lembra que a região foi palco da maior chacina da história do Rio de Janeiro, em 31 de março de 2005, quando 29 pessoas foram mortas por policiais à paisana que percorriam Nova Iguaçu e Queimados de carro, atirando contra quem passasse.

Em 29 de junho de 2019, outras 13 pessoas foram baleadas durante ataque ao Bar Rei do Peixe, em Belford Roxo, sendo que quatro delas não resistiram. O alvo era Luiz Gustavo de Lima Nascimento, conhecido como Balrog, miliciano da região.

Bruna Silva Martins, 35, foi atingida na cabeça e em um dos ombros. Em estado muito grave, ela passou horas respirando com a ajuda de aparelhos, porém seu quadro piorou e ela morreu na manhã desta segunda, segundo a prefeitura da cidade.