Respondendo

Chamada de “gerente”, Dilma responde Marina

Criticada pela ex-ministra do Meio Ambiente, presidente rebateu dizendo que adversária “nunca teve experiência administrativa”

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Em seu primeiro embate com a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, desde que ela assumiu a chapa do PSB, a candidata à reeleição Dilma Rousseff disse ontem que o presidente da República “é um executor” e não “simplesmente um representante do poder”, que “anda pra baixo e pra cima só representando”.

“Essa história de que não precisa (de gerente), de que o País não precisa de ter um cuidado na execução das suas obras e uma obrigação de entregá-las é uma temeridade”, disse Dilma, que conversou com repórteres no Palácio da Alvorada. “Ou é quem nunca teve experiência administrativa e, portanto, não sabe que é fundamental para um país com a complexidade do Brasil dar conta de tudo.”

Marina criticou no último sábado a imagem de “gerente” pela qual Dilma ficou conhecida nas eleições de 2010. Segundo ela, essa característica não é fundamental para a Presidência. “O Itamar Franco não era um gerente. O FHC era um acadêmico. O Lula, um operário. Mas todos tinham visão estratégica e é por isso que equilibraram a economia e reduziram a inflação.”

Em resposta à candidata do PSB, Dilma destacou que o presidente da República é um “executor também”. “Ele (o presidente) não é pura e simplesmente um representante do poder. É mais fácil ser só um representante do poder, tenho certeza”, disparou a petista

AGENDA AMBIENTAL

O novo cenário político fará com que Dilma reforce a agenda ambiental na campanha. A petista pretende confirmar presença na cúpula do clima em Nova York, em 23 de setembro, que antecede a abertura da 69ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A ideia é apresentar os avanços ambientais de seu governo, mostrando que antecipou metas que estavam previstas para 2020.

Antes da morte de Eduardo Campos, quando o principal adversário de Dilma na campanha era Aécio Neves, a presidente cogitou cancelar sua ida à ONU para se concentrar no embate com o tucano.

Agora, com pesquisas feitas pelo Planalto e pela campanha petista mostrando um distanciamento cada vez maior entre Aécio e Marina Silva, Dilma está sendo obrigada a reformular sua estratégia, passando a mirar mais a ambientalista.