Classe média sente mais o peso da inflação neste ano
Preços subiram 3,46% para esse grupo até maio. Em 12 meses, mais pobres sofrem impacto maior, diz Ipea
Ao longo deste ano, as famílias da classe média sentiram o maior impacto da alta de preços de produtos e serviços no país. De janeiro a maio, a inflação subiu 3,46% para esse grupo, cuja renda domiciliar é calculada entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83 por mês.
O avanço é o maior entre as seis faixas de rendimento analisadas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O estudo com dados até maio foi divulgado nesta segunda-feira (14).
O resultado reflete uma combinação de recentes aumentos em produtos e serviços com grande peso na cesta de consumo da classe média, diz Maria Andreia Parente Lameiras, técnica de planejamento e pesquisa do Ipea.
Nesse caso, pesaram os aumentos nos preços de itens como combustíveis, energia elétrica, artigos de residência e medicamentos, que foram maiores nos últimos meses, gerando peso adicional para o bolso dessa camada.
“Tudo isso pesa para o grupo, e, ao mesmo tempo, não tem nada dando alívio. Para os mais ricos, por exemplo, houve deflação [queda de preços] de passagens aéreas. Já os mais pobres sentem a alta de alimentos, mas não estão comprando um computador ou outros equipamentos eletrônicos. É a classe média que compra esses produtos e paga mais caro”, explica a pesquisadora.