BRASÍLIA

Clima no Ministério da Economia é de frustração com Auxílio Brasil de R$ 400

Técnicos temem escalada de irresponsabilidade fiscal e trabalham para conter danos

Foto: Agência Brasil

O clima é de frustração no Ministério da Economia por causa da insistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em criar o Auxílio Brasil com repasses de R$ 400 para os beneficiários, o que vai fazer com que o governo federal estoure o teto de gastos públicos. A previsão inicial era a de que o programa pagasse R$ 300, mesmo valor do auxílio emergencial.

A estratégia apontada é que os pagamentos sejam feitos parcialmente fora do teto de gastos, confirmam membros da equipe econômica. O gasto fora da regra fiscal deve ficar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões.

A avaliação de técnicos da pasta é que a brecha aberta na regra que limita as despesas do governo pode “abrir a porteira” da irresponsabilidade fiscal, especialmente às vésperas de 2022, quando Bolsonaro deve tentar a reeleição.

Apesar do clima de que a pauta de Guedes sofreu um revés, membros da pasta afirmam que o ministro não tem intenção de deixar o cargo. Técnicos afirmam que a decisão do programa social ampliado é, inclusive, uma forma de atender à ala política, que vem pedindo a cabeça do ministro.

Nesta terça-feira (19), técnicos passaram a avaliar qual discurso será adotado para sustentar a confiança do mercado na equipe econômica. A ideia é trabalhar com uma estratégia de contenção de danos.

Entre as possibilidades, está o argumento de que a solução encontrada para o programa social é a “menos pior”, já que membros da ala política chegaram a sugerir que o programa social fosse integralmente bancado com recursos fora do teto.