ELEIÇÕES

CNBB diz que condena ‘exploração da fé’ para ganhar votos

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lamentou o uso da religião como manobra política e diz que a "manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho"

Para ajudar campanha contra a fome, niteroiense vai a pé da cidade até Aparecida (Foto: Marcos Alves/ foto de arquivo)

Na véspera do feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condenou o uso político da religião no segundo turno da campanha eleitoral. Por meio de nota divulgada nesta terça-feira, a arquidiocese condenou o que chamou de “exploração da fé” para ganhar votos. No último fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, esteve nos festejos do Círio de Nazaré, em Belém (PA), e pretende visitar o santuário de Aparecida nesta quarta-feira, data do principal evento do Santuário.

Em meio a uma guerra de narrativas, os bispos recordam que “a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no país”.

A atuação de Bolsonaro nos calendários da igreja católica na tentativa de se apropriar politicamente das cerimônias tem causado forte incômodo na cúpula do episcopado. No texto, a Conferência diz que “lamenta e reprova tais ações e comportamentos”.

Nota oficial da CNBB lamentando a exploração política  — Foto: Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Nota oficial da CNBB lamentando a exploração política — Foto: Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Arcebispo de Aparecida mostra preocupação com visita de Bolsonaro

A Arquidiocese de Aparecida também adotou tom crítico com a presença de Bolsonaro na festa da padroeira. Em nota, assinada pelo arcebispo dom Orlando Brandes, a igreja diz que o cerimonial da Presidência da República informou que Bolsonaro estará presente no evento oficial. Mas, que também consta na agenda do Presidente a participação em um Terço que será rezado na praça em frente ao santuário, organizado pelo grupo de católicos, no mesmo horário da tradicional Consagração a Nossa Senhora Aparecida. No entanto, a agenda paralela não é de organização da arquidiocese.

O arcebispo teve que a agenda paralela confirmada por Bolsonaro possa atrapalhar a festa da padroeira que ocorre anualmente há 45 anos.

Arquidiocese de Narazé se posicionou

No sábado (8), Bolsonaro participou Círio de Nazaré, a maior festa religiosa do mundo, em Belém (PA). Embora a viagem tenha sido anunciada como ato oficial da Presidência, Arquidiocese de Belém e políticos locais criticaram a agenda do presidenciável em meio ao período eleitoral. Durante o evento, Bolsonaro não discursou na capital paraense e tampouco se aproximou de forma mais efetiva da imagem de Nossa Senhora de Nazaré.