O governo colombiano do presidente Juan Manuel Santos e o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram nesta quarta-feira (22) um acordo de cessar-fogo bilateral e definitivo. Trata-se do acordo mais sólido já alcançado entre as partes, fator que dá um impulso adicional às negociações de paz que ocorrem em Havana, Cuba, desde 2012.
No Twitter, um dos principais negociadores das Farc, Antonio Lozada, disse que o país está “em um momento histórico. Hoje é o #últimodiadaguerra”. Amanhã (23) deverá ser feito um anúncio oficial na presença do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e de outros representantes internacionais.
A etapa do cessar-fogo bilateral definitivo prevê também o cumprimento de um cronograma para deposição de armas e garantias de segurança para os ex-combatentes das Farc. As autoridades colombianas acreditam que o acordo definitivo de paz com as Farc poderá ser firmado no dia 20 de julho. A promessa inicial era de que ele seria concretizado ainda neste ano.
O conflito armado entre as Farc e o Exército colombiano é considerado o mais antigo da América do Sul. Em seus anos de maior atuação, o grupo chegou a cometer sequestros, ataques e assassinatos para defender seus ideais, entre eles a reforma agrária e a criação de um Estado socialista.
Desde 1964, o conflito entre o Exército e a guerrilha já matou mais de 220 mil pessoas na Colômbia. As Farc também integraram a lista internacional de organizações terroristas e chegaram a ter 7,8 mil soldados atuando em florestas e nas fronteiras.