CONSEQUÊNCIAS

Com risco de desabastecimento distribuidoras estudam importar combustíveis

Com risco de desabastecimento no país, as distribuidoras estudam importar combustíveis para suprir demanda não…

Com risco de desabastecimento no país, as distribuidoras estudam importar combustíveis para suprir demanda não atendida pela Petrobras. A Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), que representa mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis apontou a necessidade de importação de modo a suprir “o que parece ser a deficiência por incapacidade de produção”. Mas, a medida se concretizada pode resultar em uma alta ainda maior nos preços nas bombas.

A Petrobras informou nesta terça-feira (19), que recebeu para o mês de novembro pedidos de fornecimento de diesel e gasolina muito acima de sua capacidade de produção. O comunicado da empresa foi publicado após texto divulgado pela Brasilcom, dizendo que o setor comercial da estatal informou “uma série de cortes unilaterais” nos pedidos feitos para compra de gasolina e óleo diesel para novembro.

“Apenas com muita antecedência, a Petrobras conseguiria se programar para atender essa demanda atípica. Na comparação com novembro de 2019, a demanda dos distribuidores por diesel aumentou 20% e a por gasolina, 10%, representando mais de 100% do mercado brasileiro”, disse a estatal.

Associação reforça alternativa contra desabastecimento

Do outro lado, as distribuidoras colocam que as reduções promovidas pela Petrobras alcançam, em alguns casos, 50% do volume solicitado para compra e que essa medida colocaria o país em situação de potencial desabastecimento. Com isso a importação seria uma alternativa para evitar a falta de combustível.

“A consequência desse suprimento, entretanto, será o efeito nos preços dos combustíveis, uma vez que, segundo os importadores, os produtos no exterior estão em torno de 17% acima dos produtos locais”, registra a associação em nota.

Alta nos preços dos combustíveis somente neste ano

Neste ano, a Petrobras já aumentou o preço do diesel em 50% em suas refinarias. Nas bombas, a alta acumulada é de 30%. Já a gasolina acumula alta de cerca de 51%.

Em Relatório de Produção e Vendas do 2T21, a Petrobras  divulgou que operou seu parque de refino, no primeiro semestre de 2021, com um fator de utilização (FUT) de 79%, em linha com a média de 2020 e superior ao registrado em 2019 (77%) e 2018 (76%), mesmo considerando as paradas programadas nas refinarias em seis refinarias que foram postergadas de 2020 para 2021 em função da pandemia. No acumulado de outubro de 2021, a companhia está operando com FUT de 90%.