ELEIÇÕES 2022

Comissão do PSDB contraria Doria e propõe prévias com pesos diferentes para militantes e políticos

Texto ainda será debatido e terá a versão final aprovada pela direção do partido no dia 8

João Doria, Eduardo Leite, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio, prováveis candidatos nas prévias do PSDB - Divulgação

A comissão das prévias presidenciais do PSDB finalizou, nesta segunda-feira (31), sua proposta de eleições internas para a direção nacional do partido, que irá deliberar as regras sugeridas pelo grupo.

Em uma derrota para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que defendia voto de todos os filiados e com o mesmo peso, a ideia é fazer a votação em quatro grupos, “todos com peso unitário de 25% do total de votos (observada a proporcionalidade)”.

Os grupos são: um de filiados; um de prefeitos e vice-prefeitos; outro de vereadores, deputados estaduais e distritais; e o quarto grupo reúne governadores, vice-governadores, senadores e deputados federais.

A data sugerida é o dia 21 de novembro, um adiamento em relação à data inicialmente marcada pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo, em 17 de outubro —outro revés para Doria, que queria a manutenção das prévias na data prevista.

Já Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, defendia o modelo federativo para limitar a vantagem de São Paulo.

Na terça-feira (1º), o parecer da comissão será entregue à executiva nacional do PSDB, que irá deliberar e aprovar, na próxima semana, no dia 8, a versão final do texto.

“Nesse intervalo, o partido e os pré-candidatos à presidência manterão os diálogos e entendimentos para homologar a versão definitiva do relatório”, afirma o presidente do PSDB, Bruno Araújo, em nota.

A justificativa para o adiamento para novembro é a preocupação com a pandemia do coronavírus e a previsão de que a vacinação estará mais avançada até lá. Por outro lado, pesou a avaliação de que as prévias devem ocorrer ainda neste ano, já que outras candidaturas, como de Jair Bolsonaro (sem partido), Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT), estão em clima de campanha.

Na avaliação de tucanos, a pressa de Doria pelas prévias em outubro faz parte de uma estratégia do governador de viabilizar sua candidatura ao Planalto em outro partido, caso perca a votação interna do PSDB.

Doria tinha minoria na comissão das prévias, coordenada pelo ex-presidente do PSDB e ex-senador José Aníbal. Seu representante era Marco Vinholi, secretário do governo e presidente do PSDB em São Paulo.

Também fizeram parte da comissão Lucas Redecker, deputado gaúcho aliado de Leite, Cinthia Ribeiro (prefeita de Palmas-TO), Izalci Lucas (senador), Marcus Pestana (ex-deputado) e Pedro Vilela (deputado).