Pandemia

Conass pede a Ministério da Saúde medidas para conter segunda onda de Covid

Secretários querem R$ 3 bilhões em recursos e 20 milhões de testes rápidos, além de uma estratégia de testagem ampla da população

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pediu uma reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar do “enfrentamento da 2ª onda da Covid-19“. A entidade afirma, em ofício, que uma nova escalada de casos pode levar a uma “tragédia epidemiológica de proporções piores” do que a primeira expansão da doença no Brasil. Os secretários querem R$ 3 bilhões em recursos e 20 milhões de testes rápidos, com a materialização de uma estratégia de testagem ampla da população.

“Qualquer expressão de negação do risco de uma nova expansão da doença em território nacional poderá levar a um cenário de tragédia epidemiológica de proporções piores aos vividos na primeira expansão de casos. As vidas perdidas até aqui para o coronavírus não podem ser ignoradas. A melhor resposta que o poder público pode dar, em nome do luto de milhares de famílias brasileiras, é uma ação à altura da situação gravíssima que temos”, afirma o presidente do Conass, Carlos Lula, no ofício em que pede a reunião com Pazuello.

O Conass destaca que, na primeira expansão da Covid-19, internações por causas não relacionadas ao coronavírus caíram, como as provocadas por causas externas, doenças crônicas e outras enfermidades infectocontagiosas. Na segunda onda que se vislumbra, a presença dessas demandas extras terão de ser consideradas, alerta a entidade.

“Não é possível tratar o presente contexto epidemiológico somente com o risco da expansão da COVID-19, a morbimortalidade ocasionada pela pandemia está sobreposta a tripla carga de doenças já conhecidas no Brasil”, afirma Lula.

A entidade de secretários pede que o Ministério da Saúde adote “medidas imediatas para os diversos possíveis cenários da doença no Brasil”, lembrando que outros países já reconhecem a existência de diversas mutações no vírus e estão vivendo o fenômeno da “segunda onda”, obrigados inclusive a novamente decidir por restrições de atividades econômicas e sociais e reorganização de seus serviços de saúde.

“O novo aumento de casos no mundo poderá levar a nova escassez de testes, insumos e medicamentos no mercado internacional, sendo necessário antecipar-se em medidas rápidas e concretas para proteger o abastecimento destes produtos ao SUS”, destaca Lula.

Ao dizer que “urge materializar” a estratégia de testagem ampla da população, o Conass afirma precisar de testes rápidos de antígeno e pede que seja viabilizada a compra via Organização Panamericana de Saúde (OPAS) de 20 milhões de unidades desse tipo de exame para estados e municípios. E também que os entes sejam autorizados a, por meio de termo de cooperação com a Opas, a realizar compras de insumos, materiais e medicamentos para o enfrentamento a pandemia.