Conselho comenta cirurgia em pé de idosa: ‘enfermeiro não faz amputação’
Amputação do pé da idosa teria sido feita com um bisturi cego, em ambiente domiciliar (e inadequado) e sem anestesia

O caso da idosa de 103 anos que teve o pé amputado por uma enfermeira dentro de casa em Brasília continua a despertar incredulidade e reações negativas. O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) afirmou, ao portal Metrópoles, que enfermeiros não fazem – ou pelo menos não deveriam fazer – amputações e que atuam apenas na etapa de reabilitação de pessoas que passaram por esse tipo de cirurgia.
A amputação teria sido feita com um bisturi cego, em ambiente domiciliar (e inadequado) e sem anestesia.
“[O conselho] condena de forma contundente qualquer prática que fira os preceitos éticos, técnicos e legais que norteiam a atuação da enfermagem. Casos como este não representam como um todo a categoria, que é composta por profissionais comprometidos com a assistência segura e de qualidade”, informou o texto.
O caso aconteceu no fim do ano passado. Segundo fotos e vídeos a que o Metrópoles teve acesso, o pé, antes de ser amputado, estava com necrose avançada e se alastrando pela perna da idosa. A polícia ainda não tem mais detalhes sobre a história, mas a investigação está em curso. Ainda não se sabe onde o pé foi descartado.
A idosa era cuidada por técnicas de enfermagem e enfermeiros que se revezavam no home care. A profissional formada em enfermagem, que fez a amputação teria sido contratada exclusivamente para fazer a cirurgia.
A situação estaria tão precária e o pé da idosa tão necrosado que, em uma primeira tentativa, um bisturi teria ficado cego. Durante o procedimento, a idosa teria sentido dor e ouviu que era para ficar tranquila que “estavam tirando uma unha encravada”.