Constelações

Constelações Familiares e Sistêmicas já têm catalogadas quase 500 referências

CECS cria biblioteca digital. “É impressionante a dimensão dos dados”, diz diretora Científica da entidade, Roseny Flávia Martins

O Centro de Excelência em Constelações Sistêmicas (CECS), por meio do Grupo de Trabalho Científico (GT), realizou um extenso levantamento de referências bibliográficas que evidencia o crescimento global do interesse pelas Constelações Familiares e Sistêmicas no Brasil e no mundo. O estudo, apresentado pela diretora Científica da instituição, Roseny Flávia Martins, já catalogou 492 referências.

A biblioteca digital de referências em Constelações Sistêmicas abrange livros, artigos de revistas, teses, dissertações, blogs, sites, vídeos do YouTube, podcasts e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), entre outros documentos. As informações são disponibilizadas numa planilha para os associados do CECS, com o objetivo de facilitar o acesso ao conhecimento sobre a abordagem e apoiar futuros projetos de pesquisa.

A equipe do GT Científico que realiza o levantamento de maneira voluntária é constituída pelos associados Ariani Cabral Mol, Érica Lopes Ferreira, Joaquim Parra Marujo, Marcelo Bertelli, Márcia Moura, Rejane Dias e Reinaldo Yonamine. Roseny Flávia Martins coordenou os trabalhos. Foram utilizadas ferramentas como o Google Search, Acadêmico e bases de dados disponibilizados pela comunidade científica.

“É impressionante a dimensão dos dados”, afirma Roseny Flávia Martins. A busca em que se utiliza a palavra-chave “Constelação Familiar” em 13/11/23 contabilizou 2,77 milhões de resultados em português, 86,8 milhões em inglês, 55,2 milhões em espanhol e 1,29 milhão em alemão. Para o termo Constelação Sistêmica foram encontradas 327 mil referências em português, 4,35 milhões em inglês, 518 mil em espanhol e 62,1 mil em alemão.

A menção desses termos teve seu primeiro registro em documentos digitalizados pelo Google desde 1840, com um crescimento notável na última década. O termo Constelação Familiar alcançou o ápice em 2019, com um aumento de 72,386 mil por cento, enquanto Constelação Sistêmica atingiu o auge em 2006, com um crescimento de 44,421 mil por cento.

Na análise de resultados gerais para o termo Constelação Familiar, a pesquisa destacou o inglês como o idioma com maior número de menções, com 86,8 milhões de resultados na web e 381 mil em livros. Em português, foram encontrados 2,77 milhões de resultados na web e 6.750 em livros, enquanto, em espanhol, as buscas retornaram 55.200 menções na web e 3.070 em livros. O alemão, onde a abordagem surgiu, conta com 1,29 milhão de resultados na web e 9.080 em livros.

Para o termo Constelação Sistêmica, os números se mantêm representativos. Em inglês, foram registrados 4,35 milhões de resultados na web e 34.800 em livros. No caso do português, o levantamento apontou 327 mil resultados na web e 2.730 em livros. Já em espanhol, o termo alcançou 518 mil resultados tanto na web quanto em livros, enquanto, em alemão, foram encontrados 62.100 dados na web e 2.700 em livros.

O estudo também analisou o aumento percentual ao longo dos anos das menções aos termos Constelação Familiar, Constelação Sistêmica e Bert Hellinger, o criador da abordagem.

Para Constelação Familiar, o alemão foi o primeiro idioma a mencionar o termo, com a citação inicial datada de 1840 e o ápice registrado em 2019, o que representa um aumento de 72.386%. Em português, foi mencionado pela primeira vez em 1847, alcançou o auge em 2015, com um crescimento de 14.953%. No espanhol, a primeira citação ocorreu em 1949, com o auge em 2016 e um aumento de 7.814%.

No caso da Constelação Sistêmica, a análise revelou uma citação inicial em 1.892 em alemão, com o pico em 2006 e um aumento de 44.421%. Já em inglês, as menções começaram em 2002, e atingem o auge em 2019, com crescimento de 844%.

As referências a Bert Hellinger também foram avaliadas. Em alemão, ele foi citado pela primeira vez em 1986, com o ápice em 2004 e um aumento de 109.990%. Em inglês, a primeira menção ocorreu em 1949, com um crescimento de 4.375% até 2019. No espanhol, ele foi mencionado pela primeira vez em 1963, com um aumento de 53.022% até 2019.

Conhecimento

A presidente do CECS, Andréa Vulcanis, saudou a equipe pelo trabalho realizado. “Esse levantamento nos permite estruturar o conhecimento disponível e sentir orgulho das Constelações. Superamos o medo que muitas vezes nos impede de compartilhar esse saber. O Centro de Excelência existe para construir um arcabouço científico e ético para as práticas a fim de tornar esse conhecimento acessível e de forma séria”, ressaltou.

Andréa Vulcanis destacou a relevância do trabalho para a humanidade. “Estamos aqui para religar as pontas que estão soltas e conectar os seres humanos que, por algum momento, se desconectaram. Agradeço a todos os participantes e desejo que este trabalho continue a render frutos ao proporcionar conhecimento à sociedade sobre as Constelações”, pontuou.

Durante a abertura do evento, a diretora de Comunicação do CECS, Ingra Lyberato, citou a importância da abordagem. “Sabemos que a excelência dessa prática é justamente curar feridas pela reconciliação, pelo amor, pelo fortalecimento por meio da interação e prática da união. É uma das ferramentas que mais traz o empoderamento e a força real da pessoa”, disse.

Esforço conjunto

O acervo, iniciado em 28 de maio de 2024, é um reflexo do esforço conjunto da equipe, composta por colaboradores que doaram tempo e expertise para a construção da base de dados. Roseny Flávia Martins enfatizou que o trabalho realizado é apenas o início de um projeto maior que busca integrar e disseminar conhecimento sobre as Constelações Familiares e Sistêmicas.

Em fase de construção, o acervo busca apoiar o desenvolvimento da abordagem que, conforme destaca a cientista, tem características de uma protociência, ou seja, uma ciência em formação, cuja prática precede a sistematização acadêmica.

“O acervo sobre constelações não se inicia na parte científica”, explicou Roseny. “Ele começa justamente na prática, como o próprio Bert Hellinger iniciou, com cursos, workshops e atendimentos. Só depois começam a surgir os livros e vídeos”, pontuou. Essa trajetória inicial reflete-se na composição do acervo catalogado pelo CECS, em que 60% das referências são de livros.

Para Roseny, esse material é essencial para aqueles que querem se dedicar à pesquisa e iniciar projetos de investigação acadêmica sobre as Constelações. A cientista acredita que o acesso a essa base fornecerá a pesquisadores um ponto de partida sólido, além de referências bibliográficas iniciais.

O CECS espera que, com a disponibilização do acervo, a prática das constelações avance no campo científico, com novas publicações e consolidação do interesse acadêmico. “Essa é uma contribuição importante para todos os que desejam se aprofundar no estudo e entender a evolução das Constelações”, conclui Roseny.