Recomendações

Coronavírus: governo recomenda cancelamento e adiamento de eventos

O Ministério da Saúde recomenda o cancelamento ou adiamento de eventos com grande participação de…

O Ministério da Saúde recomenda o cancelamento ou adiamento de eventos com grande participação de pessoas em razão da epidemia do novo coronavírus (Covid-19). A orientação foi apresentada junto com um conjunto de medidas a gestores estaduais e municipais de saúde em reunião virtual hoje (13).

De acordo com o órgão, as autoridades locais devem estimular que eventos – sejam eles, governamentais, artísticos, científicos ou comerciais – não ocorram nesse período. Caso não seja possível cancelar o evento, a recomendação é que não haja público.

O ministério indica que os organizadores de eventos que não possam ser cancelados entrem em contato com autoridades de saúde para cumprir os requisitos previstos na legislação para essas situações. “Não há regra única, cada local deve avaliar com as autoridades locais. Não temos o Brasil inteiro na mesma situação. O que não impede que tenhamos que adotar alguma medida geral em algum momento”, destacou o secretário de vigilância em saúde, Wanderson de Oliveira.

Em locais com transmissão local do vírus (quando uma pessoa é infectada não por ter viajado para fora, mas por contato com alguém com o vírus no próprio país), a recomendação do ministério é que eventos em locais fechados para menos de 100 pessoas também sejam cancelados ou adiados ou, na impossibilidade disso, que ocorram por meio de transmissão virtual.

Outras medidas

O ministério apresentou diversas outras medidas aos gestores estaduais e locais, que vão de mudanças nos fluxos urbanos às rotinas de trabalho, passando pelo calendário escolar e pela forma de lidar com casos suspeitos e confirmados bem como com mortes em decorrência da doença.

Veja a seguir:

Locais com casos importados (pessoas que contraíram a doença em viagens)

– Reforçar as orientações individuais de prevenção de forma mais ampliada, com escolas, indústrias, empresas e comércio colocando informação em sites e divulgando-as para seu público.

– Se uma pessoa ficar doente, deve permanecer em casa. A orientação mais detalhada pode ser dada pela equipe da unidade básica de saúde ou médico de referência.

– As unidades de saúde devem agilizar os mecanismos de triagem para que pessoas com sintomas respiratórios permaneçam menos tempo em salas de espera. O objetivo é que os pacientes com sintomas não exponham outras pessoas.

– As unidades devem promover também o uso adequado e racional de equipamentos de proteção individual. A máscara, por exemplo, é indicada aos doentes, contatos domiciliares e profissionais de saúde.

– Equipes de vigilância devem organizar o monitoramento dos contatos próximos e domiciliares.

– Os gestores de saúde devem garantir a notificação ampliada das definições de caso de forma atualizada.

– Em localidades apenas com casos suspeitos, as autoridades de saúde devem repassar orientações às unidades de saúde, sem necessidade de medidas drásticas.

– As autoridades de saúde devem planejar formas de ampliação das equipes e como utilizar a força de trabalho de estagiários, estudantes e aposentados. No momento de maior pico da doença, o Ministério da Saúde acredita que pode ser necessária a convocação dessas pessoas.

– A comunicação acerca do novo coronavírus e das formas de prevenção deve ser iniciativa de todos, e não apenas do ministério ou das secretarias estaduais e municipais. Escolas e locais de trabalho podem atuar disseminando essas informações.

– Pessoas que estiverem voltando de locais com grande transmissão devem fazer autoisolamento por sete dias, evitando grandes movimentações em locais com aglomeração de pessoas.

– Os médicos devem receber a orientação de fazer prescrições de remédios com validade mais prolongada aos pacientes que fazem uso de medicamento contínuo, para evitar que a pessoa tenha de se deslocar à unidade de saúde no período do outono e inverno somente para atualizar receita.

– Cruzeiros turísticos devem ser adiados durante todo o período em que durar a emergência de saúde pública.

– Serviços públicos e privados (como shoppings e comércio) devem assegurar disponibilidade para que pessoas possam lavar as mãos, usar álcool gel e toalha de papel. De acordo com o ministério, o ventilador para secar as mãos é complemento, mas não resolve sozinho.

– Em caso de mortes em razão do novo coronavírus, o ministério recomenda que ocorra processo acelerado de emissão do atestado de óbito, além de cuidado nas funerárias e velório sem aglomeração de pessoas.

Medidas adicionais para cidades com transmissão local

– Idosos e pacientes crônicos devem evitar viagens, cinema, shoppings, shows e outros locais com aglomeração.

– Pessoas com síndrome respiratória aguda grave devem ser encaminhadas aos serviços de urgência conforme plano de contingência.

– Serviços de saúde devem fazer uso de estratégia de triagem acelerada específica no contato com primeiro paciente.

Cidades com transmissão sustentada (na qual não se sabe mais qual foi o paciente que originou a cadeia de infecção)

– Reduzir o deslocamento de trabalhadores. Cancelar viagens não essenciais e realizar trabalho em casa.

– Reduzir o fluxo urbano, estimular a adoção de horários alternativos para que trabalhadores não se encontrem todos ao mesmo tempo no horário de pico nos metrôs e rodoviárias. Adotar escalas diferenciadas.

– Estimular que trabalhos administrativos e similares ocorram em horários alternativos, bem como o uso do trabalho remoto (home office).

– Instituições de ensino podem antecipar as férias e usar ferramentas de ensino a distância.

– Municípios devem fazer o monitoramento de admissão e alta relacionadas a casos de Covid-19 em Unidades de Tratamento Intensivas, fornecendo essas informações aos secretários de Saúde diariamente.

– A declaração de quarentena foi apontada como medida indesejada, mas constante do planejamento. Se a ocupação dos leitos de UTI atingir 80% em localidade com transmissão sustentada, deve-se avaliar a possibilidade de declaração de quarentena.