Coronel que assume 8º Comando da PM foi investigado por participar de grupo de extermínio
Presidente da Assembleia, prefeito de Rio Verde e outros foram os responsáveis pela indicação do PM, que foi investigado na Operação Sexto Mandamento
O coronel Ricardo Rocha, que assume o 8º Comando Regional da Polícia Militar, da qual faz parte Rio Verde, foi um dos investigados na Operação Sexto Mandamento. Ele chegou a ser preso em 2011 e voltou a ser alvo, junto com outros, na segunda fase, em 2016. A ação foi sobre a atuação de grupos de extermínio e a suspeita é que tenham sido feitas mais de cem vítimas, desde 2010.
Vale destacar que a indicação teria sido feita pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira, segundo vídeo publicado pelo próprio deputado. Na postagem, em que o político aparece entre o secretário Rodney e o Coronel, ele dá boas vindas ao novo comandante. O deputado foi eleito pela cidade de Rio Verde. “Atendendo a um pedido nosso, do prefeito Paulo do Vale, do deputado Chico KGL e todos os vereadores, o governador e o secretário encaminharam no regional de Rio Verde o coronel Ricardo Rocha”, declara Lissauer.
No texto publicado junto ao vídeo: “Atendendo ao clamor popular da região Sudoeste e à reivindicação de vereadores rio-verdenses, com a união de forças políticas e com o aval e empenho do prefeito Paulo do Vale, o governador Ronaldo Caiado; o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda e o comandante-Geral da PM, Coronel Renato Brum, oficializaram o Coronel Ricardo Rocha no 8º Comando da PM, em Rio Verde.”
Histórico
Em 2018, Ricardo chegou a ser afastado, durante cinco meses, do subcomando-geral da PM de Goiás e proibido de portar armas, bem como de atuar nas ruas. O intuito foi impedir possíveis interferências na investigação Sexto Mandamento.
Segundo informado pelo O Popular, um dos casos que envolvia o comandante teve o processo arquivado. Era sobre o homicídio e ocultação de cadáver de Pedro Nunes da Silva Neto e Cleiton Rodrigues, em 2010, em Alvorada do Norte. Já a investigação sobre a morte de Higino Carlos Pereira de Jesus (parente dos dois anteriores) está em segredo de justiça.
Ricardo Rocha é suspeito, ainda, em dois processos. Em um deles, de matar cinco pessoas às margens de um córrego em Rio Verde em outubro de 2003. No outro, pode estar envolvido em cinco mortes que aconteceram em 2006, em Cachoeira Alta.
Absolvições
Ainda conforme informado pelo jornal goiano, Rocha e outros dois policiais foram absolvidos em júri popular, em 2014, pela morte de Marcelo Coka da Silva (2004). Em 2016, da mesma forma, foi considerado inocente da morte de Alesandro Ferreira Rodrigues, vulgo Nego Léo, em Rio Verde (2006).
Já em 2019, foi trancado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (Tj-GO), após mais de dez anos, o inquérito da morte e desaparecimento de Bruno Capuava (2004), no Bairro Capuava, em Goiânia, da qual Rocha também era suspeito. As informações também são do jornal.
SSP
O Mais Goiás solicitou à secretaria de Segurança Pública (SSP) uma nota sobre a indicação de Coronel Ricardo Rocha. Até o momento, a pasta ainda não retornou. Esta matéria pode ser atualizada.
Em nota, a SSP, informou que a “indicação do coronel Ricardo Rocha para comandar o 8º Comando Regional da Polícia Militar (CRPM) de Rio Verde foi feita com base em critérios técnicos, conforme é feito em todas as escolhas relacionadas à alocação dos integrantes das forças policiais, conforme a necessidade de cada região”.
Além disso, a pasta esclarece que, desde o início da atual gestão, o governador Ronaldo Caiado deu total liberdade para que a SSP montasse a equipe de comando das forças de segurança com base em aspectos estritamente profissionais. ”
Em relação ao afastamento de Ricardo Rocha de atividades de patrulhamento, determinado pela Justiça Federal em 2018, a SSP destaca que a medida foi revogada em setembro do mesmo ano pela própria Justiça Federal.”
*Com informações do Jornal O Popular
*Atualizada à 1h00