Vacina

Covid-19: Anvisa deve aprovar vacinação em crianças, mas governo não tem doses

Com a aprovação, o governo federal ainda precisará inserir as crianças no plano de vacinação da Covid e organizar a entrega das doses específicas aos estados

Foto: Rodrigo Estrela - Divulgação

A Anvisa deve aprovar a vacinação contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos na próxima quinta-feira (16). Apesar disso, o governo federal ainda não possui doses específicas para imunizar a população dessa faixa etária e, mesmo com o anúncio, a vacinação não deve começar imediatamente.

Sobre o caso, integrantes do Ministério da Saúde dizem que só vão pedir a entrega das doses específicas das crianças depois da manifestação da Anvisa. Com a aprovação, o governo federal ainda precisará inserir as crianças no plano de vacinação da Covid e organizar a entrega das doses específicas aos estados.

As vacinas analisadas pela Anvisa são da farmacêutica Pfizer. Por meio de nota, a empresa afirmou que o contrato para fornecimento de 100 milhões de vacinas em 2022 também inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas do imunizante, inclusive para crianças. A farmacêutica confirmou que nenhuma dose pediátrica foi enviada ao Brasil.

A dose destinada às crianças equivale a ⅓ daquela indicada ao grupo de 12 anos ou mais. O frasco do imunizante dos mais jovens tem coloração laranja justamente para diferenciar o produto.

Este frasco da vacina das crianças também comporta mais doses e pode ficar armazenada por mais tempo (até 10 semanas) em temperaturas de 2 °C a 8 °C, intervalo usado em refrigeradores convencionais do SUS. Já o outro modelo se mantém por até 31 dias nestas condições.

A expectativa é que as doses específicas para crianças cheguem no país em janeiro

Vacinação em crianças é tema polêmica no governo

A questão tem sido alvo de polêmicas por conta do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL). o chefe do executivo afirmou  que a vacinação em crianças “é uma decisão complicada para qualquer pai”. Além disso, disse também que a produção dos imunizantes para mais jovens foi muito rápida.

“A gente quer, quando se fala em vacina, muitas vezes, a vacina é essa que sabemos quais são. Já comprovadas, que levaram 5, 10, 20 anos, para depois de muitos testes ser aplicada na população. Agora essa está muito rápida”, declarou ainda, ignorando que o imunizante tem registro definitivo da Anvisa.

Com informações de FolhaPress